Diego Souza decidiu, como nos velhos tempos. Graças ao
centroavante, artilheiro na temporada passada e reserva desde a chegada de
Miguel Borja, o Grêmio conseguiu a oitava vitória no Brasileirão. O resultado
tem efeito muito maior do que os três pontos, igualmente importantes na briga
para tentar escapar do rebaixamento. O placar de 1 a 0 aumenta a esperança do
clube, que persegue pelo menos mais quatro vitórias em oito partidas para fugir
da Série B em 2022.
Hoje o time está seis pontos abaixo do Santos, o primeiro
fora da zona do rebaixamento. Restam oito partidas para ambos na competição.
O “velho herói” do atual Grêmio chegou a 20 gols
na atual temporada, aproveitando-se da convocação do centroavante colombiano
por sua seleção. Diego Souza, por sinal, segue como goleador isolado do elenco
gremista, agora com oito bolas na rede a mais que Ferreira, vice-artilheiro
gremista em 2021.
É importante dizer: Diego Souza saiu do time por queda de
rendimento que antecedeu a contratação de Borja. Reforço caro, o jogador
ex-Palmeiras para tentar dar jeito a um dos piores ataques do campeonato. Mas
contra o Fluminense, na terça-feira (9), o veterano camisa 29 reeditou noites passadas
em que fez a diferença.
Em 2020, Diego Souza marcou 28 gols. Foi personagem do jogo
em diversas rodadas. Bancado no time titular por Renato Gaúcho. E capaz de
moldar, até, as características do centroavante reserva que a diretoria buscou
no mercado da bola. Diego Churín, ex-Cerro Porteño-PAR, fechou justamente por
ser muito parecido fisicamente com o então titular.
Hora de arriscar
O gol de Diego Souza contra o Fluminense faz parte de um
contexto. Na partida, o Grêmio acumulou 25 chutes. O time foi escalado e
orientado a arriscar mais mesmo. Não à toa, o número de conclusões é quase o dobro
da média de tentativas da equipe no Brasileirão.
Com tantas tentativas, de diferentes lugares, o gol acabou
saindo de um levantamento de Mateus Sarará para a área. O expediente, quase
como último recurso, foi muito usado pelo Grêmio com Everton Cebolinha e, mais
recentemente, Ferreira. Sempre com Diego Souza como alvo. Também houve período
em que Pepê atuou como garçom do centroavante.
Contra o Flu, a estratégia do Grêmio foi mandar mais gente
para a área. Dar companhia a Diego Souza e aumentar a probabilidade de ter
alguém com chance de concluir. A presença de Elias Manoel no time titular
também foi dentro desta ideia. Com o jovem próximo do centroavante, o lado do
campo ficaria aberto para apoio de Vanderson em velocidade. E uma
possível série de cruzamentos. Não chegaram a acontecer
tantos lances assim, mas o volume de jogo em si foi registrado —especialmente
no primeiro tempo.
Seja como for, agora o gol tem outro gosto. Na comemoração,
o próprio centroavante extravasou e chegou a chorar. Alvo de enorme onda de
contestação e reserva, Diego Souza encheu o Grêmio de esperança de novo.
“A vitória era fundamental para a gente poder voltar a
sonhar como a gente sonha todos os dias”, disse Vagner Mancini, treinador
do Grêmio, depois do jogo. “Neste momento, temos que botar os pés no chão.
Saber que foi apenas a primeira vitória e emoções não vão faltar”,
ponderou depois.
O Grêmio volta a campo contra o América-MG, no sábado (13),
às 18h30 (horário de Brasília), em Belo Horizonte. Diego Souza deve ganhar
sequência, por conta da convocação de Borja pela seleção colombiana. E também
por ter mostrado a volta do “velho herói” gremista.
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