Contrariando os discursos após a derrota para o Santos,
Grêmio e Felipão chegaram a um acordo para encerrar a passagem do técnico pelo
Tricolor.
O clube anunciou o desligamento do treinador no fim da noite
de domingo, após reunião em São Paulo.
Chegou ao fim a quarta passagem de Luiz Felipe Scolari no comando
do Grêmio.
O treinador não suportou a nova derrota diante do Santos, na
tarde de domingo, na Vila Belmiro, pela 25° rodada do Brasileirão.
O revés aprofundou a crise no vestiário tricolor e
estacionou o time na zona de rebaixamento.
Anunciado em 7 de julho, Felipão chegou ao Grêmio muito mais
pela “mística” e glórias dos tempos de outrora.
Era de conhecimento do técnico e da diretoria tricolor que o
novo líder da casamata teria que reorganizar a casa e reconduzir o clube ao
caminho das vitórias após a saída do técnico Tiago Nunes.
“Eu não posso dizer detalhadamente como vamos fazer para
tirar o Grêmio desta dificuldade momentânea. Posso dizer que nós temos que
trabalhar. Os atletas estarão mais empenhados no trabalho para superar as
dificuldades. Vamos discutir com os atletas e colocar em campo para superar
esse momento no Brasileirão. Não é em uma vitória que vai mudar tudo. Temos que
mudar com calma, mas temos que mudar em alguns aspectos para amanhã”, declarou
o técnico em sua apresentação, na véspera do Grenal da 11° rodada, em 10 de
julho.
O 0 a 0 com o Inter marcou o retorno do técnico como
comandante do Grêmio. Na sequência, as dificuldades ficaram evidentes, com o
time intercalando vitórias e derrotas.
O comandante gremista também não conseguiu fazer a equipe
crescer nas outras competições que restavam.
Na Sul-Americana, a estrada terminou para a LDU e na Copa do
Brasil a derrota sofrida na Arena por 4 a 0 liquidou com qualquer pretensão de
avançar às semifinais do torneio nacional.
Na ocasião, Luiz Felipe assumiu a responsabilidade.
“Eu que escalei, eu que troquei. Se existe um culpado,
sou eu. Faço as minhas escolhas, e assumo responsabilidade. As mudanças não
ocorreram com a situação que eu imaginei”, admitiu. O jogo de volta, no
Maracanã, foi protocolar e ainda com novo revés, por 2 a 0.
Felipão oscilou entre altos e baixos, não conseguindo fazer
com que a equipe engrenasse.
O ponto alto desta última trajetória foi entre a 20ª e a 21ª
rodadas, único período em que o Grêmio conseguiu duas vitórias consecutivas sob
o comando do treinador.
As vitórias diante do Ceará e do Flamengo deram esperanças
de que o Tricolor poderia reagir e sair de vez da zona de rebaixamento.
No entanto, o bom momento durou muito pouco e terminou com
uma nova derrota, com quatro gols sofridos para o Athletico-PR. A má fase a
partir daí só foi ampliada com o insucesso diante do Sport e o empate frustrante
com o Cuiabá, ambos em Porto Alegre.
E logo depois do jogo com o Cuiabá, Felipão, irritado, negou
a existência de desavenças no vestiário do Grêmio.
O treinador classificou como “mentira” as
informações que teriam vazado após a derrota.
“Nada diferente de todas as situações que eu já vivo no
futebol há 50 anos. Quem passa isso para vocês (jornalistas) é um mentiroso
cafajeste”, atacou.
Até a partida deste domingo, na Vila Belmiro, foram 21
jogos, com nove vitórias, três empates e nove derrotas, entre Brasileirão, Copa
do Brasil e Sul-Americana – só no Campeonato Brasileiro, foram 15 jogos, com
seis vitórias, três empates e seis derrotas.
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