Foto: Rodolfo Espínola/Agência AL
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de SC (Alesc) ouviu na noite da terça-feira, dia 9, os ex-secretários Douglas Borba (Casa Civil) e Helton de Souza Zeferino (Saúde) e a ex-chefe da Superintendência de Gestão Administrativa (SGA) da Secretaria de Saúde, Marcia Regina Geremias Pauli. A acareação, solicitada pelos parlamentares devido às diferenças nas versões, durou mais de sete horas.
O principal ponto dos deputados é buscar descobrir quem autorizou o pagamento antecipado e qual a responsabilidade de cada um dentro do processo. Como a compra correu na Secretaria de Saúde, a discussão teve mais força entre Marcia e Zeferino, quando ambos trocam acusações. Único agente público preso, Borba foi o que menos falou dos três.
A acareação ocorre após a deflagração da segunda fase da Operação Oxigênio. No sábado (6), a polícia prendeu cinco pessoas envolvidas no caso, e o levantamento do sigilo das investigações trouxe novos fatos à polêmica, como a dissipação do dinheiro, a participação de políticos, e a ocultação de provas.
“Meu grande crime é um processo desastroso na saúde não ter seguido o rito, e conhecer alguém”, disse o ex-chefe da Casa Civil. Borba se refere a Leandro Adriano de Barros, advogado de Biguaçu (seu conterrâneo) que atuou para garantir a manutenção do processo de compra certificando a capacidade do empresário paulista Fábio Guasti. Esses três estão presos.
Borba disse que sua passagem pela Casa Civil foi “a maior bucha” da sua vida e que não teve participação na compra. “Todos os servidores que estiveram aqui disseram que o Douglas não participou [da aquisição]”, disse. Segundo ele, não há indícios de corrupção e reforçou a tese de que a compra foi “desastrosa”.
Marcia mostrou insatisfação com a versão de Helton e disse que “lamentou participar dessa gestão” da saúde, em referência ao ex-chefe. Em determinado momento, chorou e disse “Vergonha. Não aguento mais isso”, após manifestação do ex-secretário da Saúde. A servidora insinuou diversas vezes que ele estava mentindo.
Zeferino reforçou a versão de que foi Marcia a pessoa decisiva para o pagamento antecipado. Segundo ele, caso Marcia não tivesse atestado a nota fiscal, a empresa seria notificada e haveria pedido de quebra de contrato, mas não haveriam recursos perdidos.
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