A cachoeira do Rio Vermelho em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, reserva um local de águas limpas, frescas, belas paisagens após uma pequena trilha e de se passar por comunidades rurais, como mostrou a série Pé na Trilha do Jornal do Almoço.
O local de acesso à cachoeira fica a 45km do centro da capital. Primeiro pega-se a estrada-geral da Vargem do Braço logo após a saída da BR-282 na altura do KM 22. Depois, há 8km de estrada de chão. Aos poucos a estrada vira trilha após passar por três porteiras até que se chega nos limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro – uma das mais importantes unidades de conservação do estado. Ao fundo, uma cordilheira corta o horizonte. É a serra do Cambirela, uma das três que compõem o parque. A região é cheia de cachoeiras.
Ana Carolina Dias, de 17 anos, trocou nesse verão a badalação das praias de Florianópolis pelo campo e auxilia a mãe na colheita. “Acordo umas 5h da manhã, por aí. A gente toma um cafezinho e vem para a roça! Todo dia uns 10 carros passam por aqui atrás da cachoeira. Eu amo ficar aqui. Tem rio, tem árvore, tem mato, este vento gostoso que não tem lá em Floripa, é diferente, sabe?”, conta a menina.
Para chegar à cachoeira, a trilha tem cerca de 2km. Atravessa uma região de mata atlântica densa em área de preservação permanente. O caminho não é para iniciantes: Há uma parte ingrime de cerca de 120 metros e depois descida por um desfiladeiro com auxílio de corda. Se o solo estiver molhado, a atenção fica nas mãos e nos pés para não escorregar.
A cachoeira fica em uma plataforma de rocha cercada de floresta. No salto do Rio Vermelho a água não cai em queda livre. Ela escorrega por um paredão de rocha de mais de 50 metros. Logo abaixo, uma enorme piscina natural. De tão funda, ela chega a ser preta. Só nas margens é que se enxergam as rochas e se entende o porquê do nome Rio Vermelho: Banhados pela água, os blocos de granito parecem avermelhados – às vezes até dourados. É o feldspato, mineral que imprime a coloração à rocha.
O Rio Vermelho tem suas nascentes na serra do Cambirela, acima dos 1000 metros de altitude. O salto tem grande valor científico, educativo e turístico, mas precisa ser bem cuidado. “A principal ameaça é o uso turístico sem regulamento que impacta com o lixo, e traz transtornos pela ocorrência de acidentes com visitantes”, alerta o pesquisador Luiz Henrique Fragoas Pimenta, doutor em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para evitar acidentes, é importante ter muito cuidado ao caminhar pelas rochas, que se tornam extremamente escorregadias. Cuidar com o lixo torna-se ainda mais importante quando se sabe que estas águas ajudam a abastecer a Grande Florianópolis. É que o rio Vermelho deságua no Vargem do Braço, onde fica a estação Pilões de captação de água. Também é importante contratar um guia profissional, caso não seja um morador da região.
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