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Hui Zhang está ansiosa. A moradora de Palhoça, na Grande Florianópolis, está em Wuhan, cidade chinesa considerada o epicentro do novo coronavírus, aguarda o embarque no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que vai trazer os brasileiros que estão na China. O marido dela, Pablo Lasselle, está em Santa Catarina e espera a volta da mulher e da filha do casal, de 1 ano.
“Todas as lojas, escolas, tudo está fechado e não sabemos quando vai abrir. E as pessoas não sabem quando vão voltar a trabalhar. Ninguém sabe nada sobre o futuro”, disse Hui Zhang em vídeo sobre a situação em Wuhan. Ela é chinesa e não fala português. A filha nasceu em São José, na Grande Florianópolis.
Hui Zhang contou ao marido que recebeu comunicado do consulado brasileiro na China e que até o fim desta semana elas devem estar no Brasil. “Agora estou me sentindo muito empolgada e feliz por voltar”, disse ela.
O marido, que é argentino, contou que mulher e filha foram a Wuhan há três meses de férias para mostrar a bebê deles aos parentes da esposa. A passagem de volta estava marcada para 25 de janeiro. “Aí dia 22 ou 23, eles bloquearam a saída de aviões da cidade. A notícia saiu de madrugada lá, os chineses estavam dormindo”, relatou.
Alívio
A angústia pela filha e a esposa que estão no epicentro do coronavírus, agora, aos poucos, vem se transformando em alívio para Pablo.
“Assim que o avião sair daquele aeroporto, daquela região, eu sei que vão ter médicos e pessoas especializadas dentro do avião cuidando da saúde delas, a saúde de todos os brasileiros que estão voltando, eu acho que é a prioridade. Então eu sei que eles vão ser muito bem cuidados em Anápolis”, disse ele. A base aérea da cidade, que fica em Goiás, será onde os aviões vão pousar após voltarem da China.
As aeronaves que buscarão os brasileiros em Wuhan decolaram por volta do meio-dia de quarta-feira (5) da Base Aérea de Brasília. O tempo de viagem até a China deve ser de aproximadamente 23 horas e 30 minutos na ida e na volta. Os aviões devem chegar em Wuhan na noite desta quinta-feira (6).
Pablo quer buscar a mulher e a filha em Anápolis. “A gente vai se reunir de volta e a vida vai ser retomada. Foi uma experiência bem traumática, mas vai dar certo. Vou buscá-las lá”, disse. “Foi um período ruim, mas vai vir a parte boa . Elas vão vir. Nossa, eu estou morrendo de saudade”, emocionou-se.
Mesmo com parentes literalmente do outro lado da rua, Hui Zhang e a filha estão sozinhas em um apartamento da família, onde a mulher vivia com Pablo antes de se mudarem para o Brasil. A recomendação em Wuhan é que as pessoas evitem tanto sair na rua quanto contato com outras pessoas.
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