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Seu jeito de dançar é tão único quanto sua digital, aponta estudo

Última atualização 23 de janeiro de 2020 - 13:23:49

Foto: Willie B. Thomas/Getty Images

Um novo estudo mostra que nosso estilo de dança é quase sempre o mesmo, independentemente do tipo de música que estamos escutando. A descoberta foi feita acidentalmente por pesquisadores da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, e publicada no último dia 13 de janeiro no Journal of New Music Research.

A ideia original dos especialistas era analisar se um computador seria capaz de identificar qual gênero musical estava tocando, de acordo com os movimentos dos 73 voluntários que participaram do estudo. Os pesquisadores analisaram os movimentos dos participantes usando técnicas de machine learning, com o objetivo de distinguir entre os tipos de canções. Só que o algoritmo conseguiu identificar o gênero correto em menos de 30% das vezes.

Entretanto, os especialistas ficaram surpresos ao descobrir que a tecnologia identificou corretamente quem estava dançando em 94% das vezes — a precisão esperada era menor que 2%. “Parece que os movimentos de dança de uma pessoa são uma espécie de impressão digital”, disse Pasi Saari, um dos autores do estudo, em comunicado. “Cada pessoa tem uma 'assinatura' de movimento única que permanece a mesma, independentemente do tipo de música que está tocando.”

Os voluntários dançaram ao som de oito gêneros musicais diferentes: Blues, Country, Dance/Eletrônica, Jazz, Metal, Pop, Reggae e Rap. A equipe notou que o computador tinha mais facilidade de identificar os participantes em estilos musicais que “permitem” movimentos mais variados.

Por exemplo, quando a inteligência artificial avaliou os indivíduos dançando ao som do Metal, seu índice de acerto foi menor. “Existe uma forte associação cultural entre o Metal e certos tipos de movimento, como balançar a cabeça”, explicou Emily Carlson, outra pesquisadora. “É provável que o Metal tenha feito com que mais dançarinos se movessem de maneira semelhante, dificultando sua identificação.”

Segundo os cientistas, por mais que a ideia inicial da pesquisa não tenha dado certo, a descoberta os deixou muito contentes. “Temos muitas perguntas novas a fazer, como se nossas assinaturas de movimento permanecem as mesmas durante toda a vida, se podemos detectar diferenças entre culturas com base nessas assinaturas de movimento, e quão bem os humanos são capazes de reconhecer indivíduos a partir dos seus movimentos de dança em comparação com os computadores”, afirmou Carlson. “A maioria das pesquisas levanta mais perguntas do que respostas — e esse estudo não é uma exceção.”

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