As exportações de carne suína em Santa Catarina atingiram volume recorde histórico em 2019, ano em que a forte demanda da China impulsionou o setor. De acordo com os dados divulgados na quinta-feira (9) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne de porco totalizaram 411,4 mil toneladas, avanço de 14,3% em relação ao ano anterior, com uma receita de 856,6 milhões de dólares (alta de 31%).
O balanço mostra que Santa Catarina aumentou a participação internacional e alcançou o maior volume e faturamento desde 1997, quando começaram as análises de dados de exportação.
“Para suprir a demanda interna da China que é produtora de um terço da carne suína do mundo e que está tendo que eliminar boa parte do seu rebanho eles acabaram adquirindo em maior volume a carne suína, principalmente em Santa Catarina em decorrência do status sanitário diferenciado”, explica o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne/SC).
No Brasil, a China também foi o principal cliente no ano, importando 248,8 mil toneladas de carne suína brasileira, um avanço de 61% ante 2018. O total de exportação do produto foi de 750,3 mil toneladas.
“Esses resultados acabam compensando ou fazendo com que os anos anteriores fiquem equilibrados. Também temos investimentos novos, como a nova planta da Aurora em Chapecó, a aquisição de uma empresa de Santa Catarina por uma empresa de Minas Gerais. O mercado vem apontando uma melhora”, explica.
Segundo o analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Alexandre Giehl, provavelmente a China irá demorar alguns meses para recompor seu nível de produção.
“A perspectiva é de que as exportações sigam elevadas em 2020, já que a produção chinesa só deve começar a se recuperar no ano que vem. Nesse cenário, a suinocultura catarinense deve der favorecida, já que o estado é o maior produtor nacional de suínos, além de ser referência internacional em função de seu elevado padrão sanitário”, afirma.
Para os suinocultores do Oeste catarinense, a expectativa do ritmo para 2020 também é positiva. “Embora os custos de produção tenham subido um pouco por esse problema todo de estiagem que tem em algumas regiões do país e a questão do maior volume de exportação de grãos, mas ainda sim vai compensar”, disse o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio Luiz de Lorenzi.
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