Sete plantas frigoríficas de Santa Catarina foram habilitadas para exportar miúdos suínos para a China. A informação foi anunciada pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, na manhã desta segunda-feira (4), em sua própria conta oficial do Twitter.
“As exportações já podem ter início imediato. Medida vai movimentar a economia catarinense e gerar mais renda para os produtores rurais”, postou a ministra.
Ainda de acordo com a ministra, a habilitação é consequência da missão recente do governo federal à Ásia. “A habilitação é resultado das tratativas realizadas durante viagem do presidente Jair Bolsonaro ao país asiático no fim de outubro”, postou.
Conforme o gerente executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Estado (Sindicarnes-SC), Jorge de Lima, duas das sete plantas autorizadas são da empresa Seara, duas da Aurora, duas da BRF e uma da Pamplona. Todas elas localizadas na região do Oeste catarinense, exceto pela indústria da Pamplona, que fica em Rio do Sul, no Vale do Itajaí.
Lima conta que em outubro as sete plantas já haviam sido consideradas aptas, mas agora terão direito de comercializar. “Habilitação não dá direito de exportar, só diz que está apta. Agora veio a autorização para exportação. Desde o fim de outubro já podemos oficializar os desembarques”, explica Jorge de Lima. A expectativa é que haja um incremento de US$70 milhões em um ano.
A liberação de miúdos já era esperada, de acordo com Lima, pois já havia autorização para exportação de carcaças de carne. Ele conta que as agroindústrias já haviam se organizado para receber esse tipo de habilitação. “Há toda uma preparação mais específica, além da rotineira”, disse. Entre os miúdos estão pé, orelha, focinho e rabo.
Em relação a um possível aumento de empregos no setor, o gerente executivo da Sindicarnes afirma que neste ano já foram abertas novas vagas, totalizando cerca de 60 mil empregos diretos no setor.
Abertura de mercado
A Ásia e a Europa tem enfrentado uma doença chamada peste suína africana, que tem eliminado grande parte do rebanho desses continentes, impactando diretamente na produção de proteína animal. De acordo com Lima, isso tem motivado a abertura de mercados para países que estão fora dessa zona de doença, como é o caso do Brasil.
“Cerca de 97% do suíno consumido na China era produzido na própria China e eles estão tendo que eliminar 75% do rebanho deles. Mas todo o rebanho excedente no mundo não é suficiente para atender a China, por isso acaba puxando outras proteínas para o mercado chinês, como bovinos e aves”, conta o gerente executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Estado.
Santa Catarina é o principal exportador de carne suína do país. Durante os nove primeiros meses deste ano, o estado exportou 299,09 mil toneladas, o que representa 57,74% da quantidade exportada pelo Brasil. A quantidade foi 17,9% superior ao mesmo período de 2018. O estado teve faturamento de US$ 602,75 milhões, representando aumento de 28,64% comparado ao ano anterior.
O levantamento foi feito pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/ Cepa) e está disponível no boletim agropecuário de outubro.
A China foi o principal destino de importação da carne catarinense entre os meses de janeiro e setembro, seguida de Hong Kong, Chile, Argentina e Rússia. Os países foram responsáveis por 76,56% das receitas e 73,84% da quantidade embarcada, segundo dados do boletim.
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