A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) informou que vai intensificar as ações de combate a febre para evitar um surto da doença no Estado.
Um calendário com as ações de enfrentamento foi divulgado na manhã desta sexta-feira (30), durante uma coletiva realizada em Florianópolis.
Entre as ações estão o acompanhamento por parte do Estado das notificações de morte de macacos e a busca ativa de pessoas não vacinadas antes do período de maior incidência da doença, que ocorre de dezembro a maio.
A coletiva contou com representantes do Ministério da Saúde (MS), da Vigilância em Saúde e da Vigilância Epidemiológica.
Plano de Ação
De acordo com a Dive, as atividades de intensificação seguem até o final de novembro e contam com visitas dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate as endemias para conhecimento da realidade e direcionamento das ações.
O Plano de Ação de Enfrentamento da Febre Amarela é dividido em três partes:
– Vigilância de Epizootias: identificar áreas com registro de mortes de macacos e intensificar a vacinação nesses locais. Além de sensibilizar a população para a importância da notificação de macacos mortos ou doentes.
– Imunização: identificar áreas com pessoas não vacinadas e imediatamente após a notificação da epizootia, delimitar o raio de 300 metros para imunização das pessoas não vacinadas. Realizar ações de educação com a população. No dia 19 de outubro, acontece o Dia D, da Campanha de Multivacinação.
– Vigilância de casos humanos: notificar, realizar a investigação clínica e ambiental e coletar amostras para diagnóstico. Sensibilizar profissionais de saúde sobre a suspeita e manejo clínico de febre amarela.
Mortes
Este ano, duas pessoas morreram por febre amarela, segundo a Dive-SC. Uma das vítimas é um homem de 40 anos morador de Itaiópolis, no Norte do estado. Ele não tinha registro de vacina na rede pública e morreu em 29 de junho.
O outro paciente que teve a morte registrada em 2019 em Santa Catarina foi um homem de 36 anos morador de Joinville, também no Norte.
Ele não havia se vacinado. As duas vítimas contraíram a doença dentro do próprio estado, conforme a Dive-SC.
Casos em macacos
A Dive confirmou a morte de cinco macacos por febre amarela este ano em Santa Catarina. O primeiro macaco morto em decorrência da doença foi achado em 20 de março em Garuva, no Norte catarinense, e o segundo, em 4 de maio em Joinville.
O terceiro morreu em Indaial, no Vale do Itajaí, em 31 de maio. Todos os macacos que morreram são da espécie bugio.
No dia 8 deste mês, a Dive confirmou a quarta morte de macaco no estado em 2019 por febre amarela. O primata vítima da doença era um bugio, que morreu em Jaraguá do Sul, no Norte do estado, em 21 de junho.
O quinto animal foi encontrado no dia 14 de julho, em uma estrada do bairro Vila Nova, em Joinville. O macaco-prego foi avistado por um ciclista, que fez a notificação da ocorrência, tornando possível a coleta de material para exames e confirmação da causa da morte.
A doença não é transmitida a pessoas pelos macacos e sim por mosquitos. Quando um primata morre por febre amarela, existe a indicação de que há insetos infectados com o vírus na área.
Vacinação
A melhor forma de prevenção é a vacina, disponível gratuitamente nos postos de saúde. Uma dose é suficiente para se proteger por toda a vida.
Podem ser imunizadas pessoas a partir dos 9 meses de idade. O estado se tornou área de recomendação para a vacina contra a febre amarela no segundo semestre de 2018.
Segundo a Dive-SC, a cobertura da imunização contra a doença no estado está em 75%. O ideal é que 95% da população dentro do público-alvo esteja vacinada.
Por causa do risco de surto no sul do país, o Ministério da Saúde antecipou a intensificação de vacinação antes do período sazonal, que começaria em 17 de agosto, para o dia 14 do mesmo mês.
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