Dados de pesquisa do Ministério da Saúde apontam aumento no consumo abusivo de álcool no país. Entre 2006 e 2018, o índice de brasileiros que afirmam tomar mais de quatro a cinco doses em uma mesma ocasião cresceu 14,7%.
Segundo o ministério, esse aumento tem sido puxado pelas mulheres – entre elas, o crescimento no período foi de 42,9% (o índice passou de 7,7% para 11%). Já entre eles, a variação foi de 4,8% (passou de 24,8% para 26%).
Os dados são do Vigitel, levantamento do Ministério da Saúde que investiga fatores de risco para doenças crônicas. Ao todo, foram ouvidas 52 mil pessoas acima de 18 anos que vivem nas capitais do país.
A métrica adotada na pesquisa, no entanto, é um pouco menor para as mulheres. Para homens, consideram como cinco doses ou mais em uma ocasião nos últimos 30 dias. Para mulheres, quatro doses ou mais.
Além do crescimento entre as mulheres, o levantamento mostra ainda diferenças no consumo por faixas etárias. Entre os homens, o consumo de uma quantidade maior de doses em uma só ocasião foi mais frequente entre aqueles de 25 a 34 anos. Já entre mulheres, é maior na faixa de 18 a 24 anos.
Em ambos os gêneros, o consumo tende a reduzir com o avanço da idade, atingindo seu menor percentual entre pessoas de 65 anos ou mais.
O ministério também diz que o consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica pode trazer danos imediatos à saúde ou a médio e longo prazo. O indicador é fator de risco para o aumento de doenças crônicas e de agravos, como acidentes e violência.
Dados inéditos da pasta mostram que 1,45% do total de mortes registradas entre 2000 e 2017 estão totalmente atribuídos ao consumo abusivo de álcool -caso da doença hepática alcoólica, por exemplo. O balanço exclui mortes por acidentes e violências e outras causas parcialmente atribuídas.
Ainda segundo o ministério, quando verificado o número de mortes entre os sexos, os homens morrem aproximadamente nove vezes mais do que as mulheres por causas totalmente atribuídas ao álcool.
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