Políticos catarinenses são citados em etapa da Lava-Jato
Última atualização 20 de abril de 2017 - 12:08:01
Vários políticos tiveram seus nomes citados em mais uma delaçÃo premiada durante a OperaçÃo Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal. A divulgaçÃo dos despachos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da OperaçÃo, confirmou uma lista de ministros, governadores, deputados federais, senadores e outras figuras políticas que viraram alvo de inquéritos. Entre os nomes citados na delaçÃo premiada estÃo políticos catarinenses. Porém, nem todos sÃo considerados investigados.
As delações da Odebrecht analisadas pelo ministro Fachin deram início à apuraçÃo em relaçÃo a quatro políticos catarinenses, que vÃo tramitar no próprio STF. SÃo eles: Dalirio Beber, senador do PSDB; NapoleÃo Bernardes, prefeito de Blumenau, do PSDB; Décio Lima, deputado federal do PT e Ana Paula Lima, deputada estadual do PT. Abertura de inquérito, no entanto, nÃo significa que os investigados respondem por crime. Eles só se tornam réus mediante decisÃo do STF.
Segundo informações do Diário Catarinense, quem decide casos de senadores, deputados federais e ministros é a Segunda Turma do Supremo. Apesar de nÃo terem direito a foro privilegiado, NapoleÃo e Ana Paula Lima tiveram seus casos enviados ao STF porque estariam relacionados a fatos que envolvem políticos que têm essa prerrogativa. As demais delações serÃo analisadas por outras instâncias da Justiça, em razÃo de foros diferentes, e a abertura de investigações ainda será avaliada. Seis políticos se encontram nessa situaçÃo. SÃo eles: Raimundo Colombo, governador do PSD; Jean Kuhlmann, deputado estadual do PSD; Carlito Merss, ex-prefeito de Joinville, do PT; Ideli Salvatti, ex-senadora, do PT; Jaison Cardoso Souza, ex-prefeito de Imbituba, do PSDB; e Roberto Carlos de Souza, ex-prefeito de Navegantes, do PSDB.
A planilha juntada ao inquérito que investiga as delações de ex-executivos da Odebrecht sobre o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), lista quatro políticos catarinenses. Os quatro concorreram nas eleições de 2010 e, conforme indica a tabela, teriam recebido valores da Odebrecht para as campanhas naquele ano. Apesar disto, nÃo sÃo alvos de petições ou inquéritos. SÃo eles: Angela Amin (PP), ex-prefeita de Florianópolis; Edinho Bez (PMDB), deputado federal; Paulo Bornhausen, presidente do PSB; e Tico Lacerda, advogado, ex-candidato a deputado e a vereador em Florianópolis.
Fernando Reis e Paulo Roberto Wenzel, ex-executivos da Odebrecht Ambiental, também citam em suas delações outros nove catarinenses. Apesar disso, nenhum dos nove é alvo de petições ou inquéritos. SÃo eles: José Carlos Oneda, diretor na Celesc, ex-tesoureiro de campanha de Colombo; Ênio Branco, diretor na Celesc, ex-secretário de ComunicaçÃo de Colombo; Gelson Merisio, deputado estadual do PSD; José Nei Ascari, deputado estadual do PSD; Nelson Serpa, secretário de Estado da Casa Civil; Ubiratan Rezende, ex-secretário de Estado da Fazenda; Cesar Souza Júnior, secretário de Estado de Assuntos Estratégicos, do PSD; Antônio Gavazzoni, secretário do Estado da Fazenda; e Júlio Garcia, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Segundo os delatores, Ênio Branco e José Carlos Oneda intermediaram doações para a campanha de Colombo em 2010. Cesar Souza Júnior seria beneficiário de doações solicitadas diretamente por Colombo em 2012, quando foi candidato a prefeito de Florianópolis. Gavazzoni teria intermediado doações para as campanhas de José Nei Ascari e Gelson Merisio a deputado estadual, e de Colombo a governador, em 2014. Júlio Garcia teria sugerido que a empreiteira considerasse contribuir com campanhas de determinados deputados estaduais. Nelson Serpa e Ubiratan Rezende aparecem na íntegra das delações como responsáveis por viabilizar o programa de alienaçÃo das ações da Casan.
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