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Hereditariedade: principal fator para aparecimento de varizes

Última atualização 2 de março de 2017 - 11:07:47
Dos 12 irmÃos de Maria Lottermann, 61 anos, oito tiveram problemas com varizes. A predisposiçÃo genética veio dos pais, que também sofriam da doença. O aparecimento dos vasos iniciou aos 20 anos, quando a dona de casa morava no interior. O trabalho pesado forçou o aparecimento das varizes cada vez mais cedo.
A moradora de Pinhalzinho fez duas intervenções cirúrgicas nas pernas. A primeira foi há 17 anos e a outra foi mais recente, há quatro anos. “Na primeira cirurgia fiquei dois meses acamada e dois meses só caminhando dentro de casa”.
Maria conta que teve início de trombose em uma das pernas, mas com a intervençÃo cirurgia conseguiu reverter à situaçÃo, e hoje consegue ter uma vida normal, sem dor. “Antes eu tinha que deixar minhas pernas levantadas durante meia hora, porque sentia muita dor”.
Atualmente, os dois filhos de Maria estÃo com início de varizes e já estÃo buscando tratamento para a doença. Cerca de 30% da populaçÃo mundial têm varizes, de acordo com dados da OrganizaçÃo Mundial de Saúde (OMS), sendo 70% mulheres e 30% homens.
O QUE SÃO VARIZES?
Segundo o cirurgiÃo vascular, Fernando Bonetto Schinko, as varizes sÃo dilatações nas veias que causam um aumento de volume, provocando dores, cansaço e queimaçÃo nas pernas. Além de nÃo trazer um resultado estético agradável.
As principais complicações que podem ser observadas é o processo de inflamaçÃo, que causa dor, vermelhidÃo e calor; varicorragia, quando a veia pode lesionar e sangrar; e por último e pior, as úlceras. “A úlcera acaba afastando a pessoa do convívio social, pois é uma ferida aberta que dificulta a locomoçÃo da pessoa e a afasta dos amigos e familiares”, explica o cirurgiÃo vascular.
As causas dessa doença sÃo as características genéticas, ou seja, cada pessoa tem uma tendência natural de formar varizes. “Elas (veias) sÃo formadas por três camadas, a camada externa é responsável pela contençÃo e manutençÃo do volume da veia. Essa camada é muito frágil, com a pressÃo que exercemos ao ficar muito tempo de pé ou sentado acaba provocando uma pressÃo venosa e, consequentemente, apariçÃo das varizes”.
As mulheres sÃo mais propensas a ter a doença devido aos hormônios femininos. A prevalência é de três mulheres para cada homem. Outro fator é o excesso de peso, sedentarismo e a própria gravidez.
TRATAMENTOS MENOS INVASIVOS
Conforme Bonetto, primeiro é necessário identificar os tipos de varizes para depois apontar o tratamento. Hoje é indicado cada vez mais o uso de métodos menos invasivos para evitar a cirurgia. “Temos a técnica da espuma, em que a pessoa nÃo precisa mais ficar internada e pode voltar ao trabalhar no mesmo dia. A espuma ao ser injetada dentro da veia causa uma reaçÃo inflamatória e com o tempo a veia acaba desaparecendo”.
Outro tratamento é a rádio frequência, em que é usado um cateter que vai fazer o tratamento dentro da veia, sem a necessidade de muitos cortes. “O paciente também tem uma recuperaçÃo muito favorável, com menos dor e a volta ao trabalho mais precoce”.
Já o tratamento com laser transdérmico é considerado o método mais moderno. O tipo de luz lançada pelo laser é muito específica, seletivamente absorvida pelo sangue, aquecendo-o sem aquecer os tecidos ao redor; ou seja, é um tipo de escleroterapia térmica. O sangue aquecido (a altas temperaturas) causa a contraçÃo e, consequentemente, a oclusÃo do vaso.
Bonetto recomenda as pessoas que tem predisposiçÃo para varizes, logo que aparecer, procurar atendimento de um especialista. O cuidado com a alimentaçÃo, manutençÃo do peso, uso de meia elástica, ou o uso de medicaçÃo dá ao paciente uma melhora na condiçÃo venosa, e com isso diminui a pressÃo dentro da veia e os fatores de risco.

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