Rafael Henzel conta como foram os minutos antes do acidente
Última atualização 13 de dezembro de 2016 - 10:14:47
O jornalista Rafael Henzel foi um dos seis sobreviventes do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense.
Em entrevista ao Fantástico, exibida na noite deste domingo, Rafael detalhou como foi o voo e os minutos antes da tragédia, que matou 71 dos 77 passageiro que estava no aviÃo da LaMia.
Em conversa por telefone com o jornalista José Roberto Burnier, Rafael ele disse que ninguém no aviÃo foi informado de que havia um problema sério na aeronave antes de ela bater no morro e se destruir.
“Ninguém nos falou para colocar o cinto de segurança. Todo vez que perguntávamos sobre a chegada, falavam que faltavam dez minutos. Depois, desligaram as luzes e os motores. Isso causou certo temor, mas nÃo fomos avisados de nada. Voamos sem saber o que ia acontecer”, disse o radialista.
Rafael estava sentado na penúltima fileira do aviÃo, na poltrona do meio, e que os dois colegas – Renan Agnolin, jornalista da Rádio Oeste Capital e da RICTV e Djalma Araújo Neto, cinegrafista da RBSTV – ao seu lado morreram na queda.
O resgate
Ele foi o penúltimo a ser resgatado no dia, quando os colombianos já imaginavam que todos os sobreviventes haviam sidos retirados dos escombros. Ele disse que estava preso em duas árvores. “Tinham árvores em cima das minhas pernas”.
O jornalista contou ainda o lado esquerdo o corpo foi o mais atingido. Rafael sofreu uma lesÃo pulmonar muito grave e sete fraturas nas costelas.
Também teve fraturas no pé. A comissÃo técnica e os jogadores estavam mais do meio para frente e a imprensa mais no fim do aviÃo.
O aviÃo da LaMia perdeu altitude a 30 quilômetros do aeroporto de Medellín. Bateu num morro e foi deixando um rastro de destruiçÃo entre as árvores.
Chovia no local na hora do acidente e fazia 12ºC. “NÃo teve pânico ou gritaria antes da queda. Teve um silêncio apenas”, disse.
Rafael informou que chegou a ver seus amigos mortos ao lado antes de gritar por socorro. Ele achava que estava vivendo um pesadelo, e que acordaria em breve. Foi quando viu as luzes dos homens do resgate.
Após o socorro, ele permaneceu sete horas desacordado. “NÃo me lembro da pancada do aviÃo. Eu estava preso em duas árvores”.
O jornalista também conta que dos voos que fez com a equipe da Chapecoense esse era o mais calmo. “Dos voos que eu fiz com a Chapecoense, esse realmente estava sendo o melhor voo de todos. NÃo poderia existir momento ideal para todos. Foi a viagem com mais interaçÃo, conversando com a imprensa, jogadores, comissÃo técnica”, disse.
A família
A principio a família foi informada da morte de um dos dois “Rafael” que estava no aviÃo.
Henzel se emocionou quando soube que o filho Otávio, de 11 anos, disse para sua mulher, Jussara Ersico, que “sentia a respiraçÃo do papai”.
Ele ficou sabendo do tamanho do desastre depois do terceiro dia no hospital.
O que Rafael mais quer agora é voltar para casa.
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