Home SC tem aumento de 53,5% nos casos de sífilis em 2015, a maioria homens

SC tem aumento de 53,5% nos casos de sífilis em 2015, a maioria homens

Última atualização 28 de abril de 2016 - 11:28:32
Em Santa Catarina, aumentou em 53,5% o número de casos de sífilis em 2015 em relaçÃo a 2014, informou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) nesta quarta-feira (27).

No ano passado, foram registrados 5.706 novos pacientes de sífilis adquirida e 475 da doença congênita, transmitida de mÃe para filho. Em 2014, os números foram de 3.716 para sífilis adquirida e 272 da congênita. A doença pode causar aborto, má-formaçÃo do feto e até a morte do bebê.

Do total de pacientes, 60,82% sÃo homens. “Uma das interpretações para o aumento de casos no sexo masculino é que eles nÃo buscam o tratamento com a mesma consciência das mulheres. A doença deve ser tratada nos homens também”, afirmou a médica Flavia Moreira Soares, técnica da Gerência de Vigilância das DST/Aids e Hepatites Virais da Dive.

Outra técnica da mesma Gerência, Edi Sperandio, chamou a atençÃo para a importância da camisinha. “Dá a impressÃo de que as pessoas esqueceram-se de se prevenir porque, se usassem o preservativo, nÃo teríamos tantos novos casos. O salto foi muito grande”.

Teste no pré-natal

A prevençÃo também pode ser usada para evitar a transmissÃo para os bebês. Para isso, gestantes e seus parceiros precisam realizar o teste durante o pré-natal e, caso os exames apresentem resultado positivo, o tratamento deve ser feito por ambos corretamente para evitar a transmissÃo da doença para a criança. A recomendaçÃo é que sejam feitos exames a cada trimestre da gestaçÃo.

Segundo os dados da Dive, em 2015, 1.266 gestantes contraíram a doença em Santa Catarina, ante 776 no ano anterior. Os números foram apresentados por técnicos da Dive durante uma reuniÃo na Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Joinville, no Norte, na terça (26).

Sexualmente transmissível

A sífilis é uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. A infecçÃo pode provocar má formaçÃo do feto e aborto. Quando nasce, o bebê com a doença apresenta graves sequelas que podem variar entre pneumonia, feridas no corpo, cegueira, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental, informou a Dive.

Se as grávidas fizerem o diagnóstico em tempo apropriado e o tratamento correto, realizado com a administraçÃo de três doses de penicilina, as chances de infecçÃo do bebê caem consideravelmente.

Teste

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, independente de apresentarem sintomas, recomendou a Dive.

O teste é um exame realizado a partir de uma gota de sangue, disponibilizado nas Unidades Básicas de Saúde, gratuito e sigiloso.

TransmissÃo

A sífilis é transmitida principalmente nas relações sexuais sem proteçÃo. A doença também pode passar da mÃe para o bebê, ser transmitida na transfusÃo de sangue contaminado e pelo contato com mucosas.

Sintomas

O primeiro sintoma da doença é surgimento de uma pequena ferida nos órgÃos sexuais, a úlcera ou cancro, que na maioria das vezes é única, e nódulos nas virilhas, aproximadamente três semanas após o sexo desprotegido com alguém infectado.

Segundo a Dive, as feridas nÃo doem, nÃo coçam, nÃo ardem e nÃo apresentam pus. Mesmo sem tratamento, elas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua infectada e a doença, em desenvolvimento, mesmo sem sintomas.

Ao alcançar o segundo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo, inclusive mÃos e pés, e queda dos cabelos, simulando uma alergia.

Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar sem se manifestar por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves, como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, que podem até levar à morte.


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