E assim caminha a Endoscopia Digestiva
Última atualização 11 de março de 2016 - 11:21:32
PlatÃo acertou em cheio quando proferiu: “A necessidade é a mÃe da invençÃo”. A sentença é tÃo verdadeira que nem mesmo a Endoscopia Digestiva fugiu à regra.
É possível que o homem primitivo, ao tornar-se carnívoro, tenha apresentado as primeiras obstruções esofágicas (engasgos) e desde entÃo a curiosidade de visualizar o trajeto do alimento, o aparelho digestivo.
A palavra endoscopia é a junçÃo das palavras gregas endo, “dentro de”, com skopien, “procurar com propósito”; e a procura vem sendo documentada desde 400 anos antes de Cristo, através dos relatos de Hipócrates. O estudioso grego descreveu um aparelho semelhante ao especulo anal, que guarda muitas semelhanças com os aparelhos de anuscopia ainda hoje utilizados.
Nas ruínas de Pompéia, cidade do antigo Império Romano destruída pelo vulcÃo Vesúvio em 79 depois de Cristo, também foram encontrados utensílios semelhantes aos atuais anuscópios.
Em meados de 1805 antes mesmo da invençÃo da lâmpada elétrica incandescente por Thomas Edson, o médico alemÃo Phillip Bozzini montou um rudimentar aparelho com um pequeno espelho e luz de lamparina, no intuito de visualizar o esôfago.
Em 1865 o tubo rígido possuía um espelho inclinado na ponta e um orifício central para visualizaçÃo pelo examinador. Pela primeira vez o termo endoscópio foi utilizado.
Em 1868 o médico alemÃo Adolph Kussmaull confeccionou o que se pode chamar de o primeiro aparelho de endoscopia propriamente dito. As primeiras experiências foram feitas com engolidores de espada, artistas de feiras, que foram voluntários para os estudos.
O tempo passou e a necessidade de olhar dentro do aparelho digestivo associada aos avanços tecnológicos fez com que o gênero Homo caminhasse a passos largos em direçÃo à Endoscopia como a conhecemos hoje, um procedimento seguro, usual e amparado por uma gama de condutas que visam além da qualidade da observaçÃo, o conforto do paciente.
Típico da inquietude da nossa espécie, quisemos mais do que apenas olhar, nÃo soubemos dar limite para a nossa capacidade imaginativa, quisemos interferir, intervir aumentando a qualidade e quantidade de vida das pessoas.
Graças à curiosidade e empreendedorismo humanos, hoje a Endoscopia Digestiva olha, descobre, faz diagnósticos, trata, salva vidas.
Dra Débora Campello CRMSC 12962
Gastroenterologista RQE 7124
Especialista em Clínica Médica RQE 6302
Membro Titular da FederaçÃo Brasileira de Gastroenterologia
Associada Sociedade Brasileira de Hepatologia
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