“Padrão de Jornalista”.
Última atualização 26 de fevereiro de 2016 - 11:09:24
“Ser jornalista é padecer. A profissÃo é, sem qualquer dúvida, filha do capitalismo. Nasce para “embelezar” o anúncio das mercadorias e com o andar da carruagem acaba fazendo do jornalismo também mercadoria. Mas, como bem diz Adelmo Genro Filho, que pensou uma teoria marxista do jornalismo, pode ser bem mais do que isso. Na sua forma/mercadoria está contida a contradiçÃo e, por isso mesmo, vez em quando, seja por açÃo do jornalista ou da realidade mesma, ele assume a forma conhecimento. E é aí que pode gerar o pensamento crítico, instrumento único da transformaçÃo”. Nestas palavras escritas pela Jornalista Elaine Tavares, a gente segue essa trajetória tÃo nua, carente de compromisso. Há tanta informaçÃo e ao mesmo tempo, há pouco sobre as realidades.
Nesta semana, fiz novamente a leitura do texto escrito por Elaine Tavares, e o título nos chama atençÃo: “Cala a boca, Jornalista”! Porque é exatamente isso que muitas lideranças políticas e pessoas ligadas a partidos políticos têm feito com a gente. “Você nÃo tem padrÃo de Jornalista, nÃo se veste como uma Jornalista, portanto, nÃo é Jornalista”. Essa frase foi direcionada a minha pessoa e só tenho uma consideraçÃo a fazer: Obrigada. De verdade. Fico feliz por nÃo ter o corte de cabelo das Jornalistas convencionais e de ter a liberdade de vestir as camisetas, calças e calçados que me possibilitam sentir bem. De tomar uma cerveja e rir alto com os/as companheiros/as para dividir as conquistas e lutas que temos para construir. Assim a vida anda. Se somos subversivos a ordem, entÃo que possamos caminhar sem os padrões, na pouca liberdade que temos.
Mas passo a compreender tais observações sobre o fato de ‘ter padrÃo’ de Jornalista. Nos últimos tempos, temos trabalhado na linha denunciativa, em vários municípios e onde as comunidades nos chamam, pedem ajuda. Sabemos que isso fere o ‘padrÃo’ daquela parcela da sociedade que vive sobre a exploraçÃo das pessoas e dos que se omitem diante da história. No município de Descanso-SC, por exemplo, localidade onde fui acolhida por muitos/as e rejeitada por outros tantos/as por nÃo ter o ‘padrÃo’ do status quo, e onde também aprendi muito com educadores/as os quais me ensinaram sobre ser subversiva e denunciar as mazelas desta sociedade, hoje recebo com tristeza algumas notícias, seja por questões relacionadas a omissÃo do poder público municipal, seja por receber denúncias motivadas por pessoas que candidataram-sea direçÃode escola em outros municípios e tentaram comprar voto, oferecendo dinheiro para formatura. (que bom que nÃo se elegeu).
Mas, tudo bem, em meio a essas adversidades a gente caminha, com ou sem ameaça, a nossa tarefa é denunciar, investigar, colocar na prática o que aprendemos lendo os livros e a vida, como bem ensina Paulo Freire. E se encontramos os “descontentes” diante desse processo, que possamos caminhar respondendo a estes com a história rebelada pelas populações que nÃo aparecem no vendido plano midiático. Que possamos provocar a ruptura das inverdades, o que ainda acontece de forma muito lenta porque existem comunicadores/as, comunidades, que atuam dentro do patrÃo que alimenta-se de mendacidades e corrupçÃo.
Diante disso tudo, que a gente possa seguir subvertendo a ordem, esparramando vida nas palavras que escrevemos, mesmo que cheguem aos leitores/as palavras duras, refletidas em dores de algumas populações, mas é necessário. É na resistência que nos construímos, e assim, precisamos dar seguimento ao andar desta vida que é cheia de alegrias mas também de contrariedades. Até a vitória!
(Todas as informações contidas nos artigos aqui publicados possuem fontes seguras e sÃo de conhecimentos de um coletivo maior. Portanto, este coletivo nÃo aceitará ameaças e intimidações, podendo judicialmente denunciar qualquer tipo de amedrontamento.)
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