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Pesquisa analisa se zika vírus pode ser transmitido por mosquito comum

Última atualização 27 de janeiro de 2016 - 11:31:50
O departamento de entomologia da FundaçÃo Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco estuda se o zika vírus e a febre chikungunya também podem ser transmitidos pelo mosquito culex, conhecido popularmente como muriçoca ou pernilongo, de acordo com os regionalismos.

A pesquisa coordenada pela pesquisadora Constância Ayres, do projeto de vetores da instituiçÃo, pretende entender a rapidez com que se propaga a epidemia. A previsÃo é que a pesquisa seja concluída em três semanas.

“Esse pode ser o motivo do vírus ser replicado mais rápido. A interaçÃo do mosquito com o vírus pode explicar o perfil epidemiológico de transmissÃo da doença”, explica a pesquisadora.

Ayres conta que essa é a primeira vez que esse tipo de questionamento é levantado. Segundo ela, a primeira epidemia do zika surgiu na Micronésia e lá nÃo é habitat do Aedes aegypti. EntÃo, outras espécies estariam atuando como vetor.

“Na época analisaram o Aedes e nÃo evidenciaram o zika. O que acontece é que isolaram a relaçÃo do zika com o Aedes no laboratório, mas a circulaçÃo silvestre é totalmente diferente. Ele pode nÃo ser o principal transmissor”.

A prioridade será o zika vírus e, posteriormente, a febre chikungunya. “No ambiente, o culex transmite outros vírus que sÃo próximos ao zika. Por que ele nÃo pode também transmitir o zika?”, indaga. A pesquisadora acrescenta que a Fiocruz está coletando os mosquitos em campo, observando quais estÃo infectados e sua abundância.

A pesquisa ainda observa o período de incubaçÃo extrínseco, que é o tempo que o mosquito leva para ingerir, replicar e transmitir o vírus. “Infectamos em torno de 200 mosquitos e os analisamos na hora zero, em 24 horas, três dias, sete dias e 15 dias.

Observamos dez mosquitos em cada momento. Fizemos também duas concentrações virais, uma alta e uma baixa. Dissecamos o intestino e a glândula salivar”, exemplifica.

Ayres explica que a doença só é transmitida pela glândula. “Acontece do mosquito ser infectado, mas bloquear essa infecçÃo e ela ficar só em seu intestino. Isso já pode ser fruto de outra pesquisa, pois conhecer o bloqueio, quais sÃo os genes que respondem e conseguem matar uma é uma área para nova pesquisar no futuro. Isso pode ser a chave no combate lá na frente”, salienta.


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