Home "Não vamos descansar enquanto uma única mulher for vítima da violência", diz deputada Luciane

"Não vamos descansar enquanto uma única mulher for vítima da violência", diz deputada Luciane

Última atualização 29 de outubro de 2015 - 10:15:54
A deputada estadual Luciane Carminatti repercutiu em plenário na tarde desta terça-feira (27) a polêmica que envolveu o Brasil no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) no último fim de semana. De acordo com a parlamentar, mais de 7 milhões de estudantes, dos quais 57% populaçÃo feminina, precisaram refletir sobre o espaço que a mulher ocupa na sociedade e, mais que isso, falar sobre um tema que ainda é muitas vezes silenciado ou ignorado: a violência contra a mulher.

A frase da escritora e feminista francesa, Simone de Beauvoir, “NÃo se nasce mulher: torna-se mulher”, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, assim como o tema da redaçÃo, que abordou a violência. Luciane salientou que na obra “O Segundo Sexo”, de 1949, Beauvoir trazia à tona a existência de uma sociedade machista, onde os direitos da mulher era secundários. NÃo tinham direito à herança, nem ao voto, nem ao estudo.

“A impressÃo que tenho é que estamos voltando a 1949, quando observamos tantas pessoas serem contra debater este tema ou quando políticos apresentam propostas que tiram direitos das mulheres”, afirmou a deputada, referindo-se ao PL 5069/2013, de autoria do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que proíbe o atendimento no SUS às vítimas de violência sexual. “Infelizmente, a matéria avança no Congresso e representa um recado da parcela conservadora da sociedade. É um retrocesso absurdo diante das conquistas das mulheres nos últimos anos”.

Conforme pesquisas, em mais de 70% dos casos de violência contra a mulher, o principal agressor é quem está mais próximo da vítima; Dos atendimentos registrados no ano passado, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64% presenciavam a violência e 19% eram vítimas diretas juntamente com as mÃes; 74% das entrevistadas afirmam ter recebido um tratamento diferente em sua criaçÃo, por serem mulheres. “NÃo podemos ignorar os mais de 485 mil pedidos de ajuda solicitados à Central de Atendimento à Mulher – o Ligue 180, em 2014. SÃo 1400 brasileiras pedindo proteçÃo ao Estado todos os dias”, disse Luciane.

Quanto à abordagem do tema pelo Exame Nacional, Luciane lamenta que há preconceito e distorçÃo do papel da educaçÃo no debate e no enfrentamento à violência contras as mulheres. “Temos que discutir sim o assunto na escola. As crianças precisam crescer sabendo que homens e mulheres têm os mesmos direitos. O Enem plantou esta semente e nós temos responsabilidade de fortalecer o enfrentamento a todas as formas de violência, tratando da questÃo na escola, na comunidade e principalmente no parlamento”, enfatizou Luciane.

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