OUTUBRO ROSA
Última atualização 29 de setembro de 2015 - 09:54:37
Celebrado mundialmente, o movimento Outubro Rosa, simboliza a luta contra uma das doenças que mais atinge as mulheres: o câncer de mama. A campanha é conhecida por estimular a populaçÃo em geral, empresas e entidades a abraçarem a causa. No mês marcado pela açÃo, vamos contar a história de três pacientes do Centro de Oncologia da Unimed Chapecó que foram diagnosticadas com o câncer, enfrentaram a doença e, hoje, têm relatos de experiência e superaçÃo.
“NÃo me deixei abalar pelo câncer”
Aos 39 anos, a farmacêutica bioquímica, Monaliza Hack, recebeu a informaçÃo de que estava com a doença de forma inesperada. Ao internar no hospital para realizar uma cirurgia de retirada de um nódulo benigno na mama direita, Monaliza soube pelo médico, ao sair do bloco cirúrgico, que havia um nódulo cancerígeno na mama esquerda.
O nódulo foi removido com o procedimento e, a partir disso, a paciente iniciou o tratamento. Mesmo diante de um grande desafio, Monaliza afirma que sempre teve forças para lutar contra a doença. Adepta do Espiritismo, ela acredita que a fé na doutrina a ajudou a enfrentar o tratamento. “Nunca me deixei abalar pelo câncer. Como espírita, sei que estou aqui de passagem e que o meu corpo é um empréstimo. Por isso, sabia que a doença havia aparecido para me ensinar alguma coisa”, conta.
Quando passou a receber as sessões de quimioterapia e radioterapia, a paciente teve de encarar algumas reações resultantes dos medicamentos como falta de apetite e sensaçÃo de cansaço. Além dos efeitos colaterais no organismo, a queda de cabelo também foi uma consequência do tratamento. Mesmo assim, Monaliza se enche de orgulho ao afirmar que nunca pensou em desistir e que se tornou uma pessoa melhor depois da doença. “Hoje estou curada e me sinto melhor do que antes. O câncer modifica alguns princípios na vida da gente. Passamos a dar mais valor ao que temos, aos momentos que vivemos e às pessoas que estÃo ao nosso lado”, afirma, ao mesmo tempo em que destaca o papel fundamental da família na cura da doença e completa: “A vida é uma oportunidade. Nunca sabemos quando vamos ser chamados de volta ao plano espiritual. Cada minuto da nossa vida é um minuto que nÃo volta mais”.
“Nunca pensei em desistir, pois queria viver”
A história da empresária, Erci Mariani Mattiello, 47 anos, em pouco difere da vivida por Monaliza. Principalmente pelo fato de, nas duas situações, nÃo ter faltado coragem e força de vontade. Quando soube que estava com câncer, a reaçÃo de Erci talvez nÃo representasse a determinaçÃo que ela apresentaria ao longo do tratamento. Ela afirma que, por alguns instantes, nÃo conseguiu acreditar no diagnóstico. “Fiquei chocada, pois parecia que nÃo era comigo. Sentia como se estivesse saudável e nÃo havia nada de anormal com o meu corpo. Após passar o susto, tive urgência para dar início ao tratamento e evitar que o câncer continuasse a crescer”, relata.
Após realizados todos os exames e com a presença de um diagnóstico mais preciso da real situaçÃo do câncer, Erci iniciou o tratamento. Foi quando, segundo ela, passou pelos momentos mais difíceis. Porém, mesmo com o corpo fraco e sem muita força para reagir, a empresária afirma que sempre se preocupou em manter o bom astral e aceitar a doença com mais tranquilidade. “Nos primeiros dias após a primeira sessÃo de quimioterapia, passei por momentos difíceis. Por outro lado, nunca pensei em desistir, pois queria viver e sabia que só seria possível tendo persistência e passando por todos os procedimentos”, conta Erci.
Como o tratamento apresentava bons resultados, a paciente animava-se a cada dia para seguir em frente. Na sequência, veio a cirurgia das mamas, que completou a primeira etapa em busca da cura. Para se adaptar ao tratamento, Erci precisou mudar um pouco a rotina diária. Ela conta que aprendeu a reduzir o ritmo de tarefas do dia a dia e a conviver mais tempo com a família. Além disso, modificou a dieta alimentar eliminando alimentos de origem animal. Atualmente, a empresária se define como uma pessoa feliz por ter tido a oportunidade de continuar vivendo e nÃo esconde a importância do apoio da família durante todo o tratamento. “A presença da família é imprescindível, pois o carinho, a atençÃo, a preocupaçÃo, isso tudo faz com que tenhamos mais coragem para continuar e seguir adiante”, finaliza.
“Sempre estive muito confiante”
Para Andressa Maria Sovernigo, 33 anos, a notícia da doença também foi recebida como um baque. A bancária conta que chegou a reagir com uma certa indignaçÃo quando soube que teria que enfrentar uma rotina de exames e sessões de quimioterapia. Mas, segundo ela, essa reaçÃo durou pouco tempo. “Chorei muito no primeiro dia. Depois me dei conta que nÃo sou melhor do que ninguém e comecei as mudanças em minha vida, todas para melhor. Sempre estive muito confiante”, declara. De acordo com ela, depois do susto, o desafio foi comunicar os familiares e parentes sobre a notícia.
A paciente lembra que os efeitos da primeira sessÃo de quimioterapia foram as etapas mais difíceis do tratamento. “Acho que a preocupaçÃo inicial favoreceu as sensações ruins. Pensei que o pior momento seria a queda de cabelos, o que foi bem tranquilo. Pois, quem realmente nos ama, enxerga nossa beleza de qualquer forma”, afirma. Andressa confessa que, em alguns momentos, teve medo de perder a vida devido ao câncer. Porém, encontrou motivaçÃo em relatos de outras pacientes que passaram pela mesma situaçÃo. Hoje, ela afirma que pretende servir de inspiraçÃo para quem terá de enfrentar a doença. “Quero ser um exemplo positivo para as mulheres que passarÃo por isso também”.
Convivendo com o câncer, Andressa adquiriu uma série de aprendizados, entre eles, passou a cuidar mais dela mesma, melhorando a alimentaçÃo e praticando exercícios físicos. Com o passar dos dias, passou a dar mais atençÃo à saúde e enxergou uma oportunidade de mudar e encarar a vida com uma nova visÃo. “Todos os outros problemas ficam menores diante do câncer e simples momentos podem ser de intensa felicidade. Digo que o amor e humor vÃo me curar. Minha família é meu alicerce, pois me acompanha em tudo. Os amigos também sÃo importantes. Ouvir as pessoas dizendo: torço por você, dá força e coragem para continuar”, conclui.
Como encarar?
Às mulheres que terÃo de enfrentar o câncer de mama ou que já descobriram a doença, Monaliza, Erci e Andressa dÃo a mesma dica: ter calma. E ainda aconselham: “NÃo se desespere. Tenha paciência, tranquilidade e aceite, porque ninguém passa pelo que nÃo tem que passar. É um aprendizado. Reflita na sua vida algo que você esteja fazendo de errado. Pois, quem gera a doença é a gente, pelo nosso estresse, nervosismo. Aprenda com isso, aproveite cada minuto e reclame menos”. Monaliza Hack.
“Na regiÃo de Chapecó, temos excelentes médicos especializados na oncologia, além de equipamentos ótimos para os exames, semelhantes aos de grandes centros, sem ter o desgaste de se deslocar. Devemos encarar a doença de frente, procurar um médico da área da oncologia e seguir as orientações, tendo fé e confiança, assim tendo chance de seguir vivendo”. Erci Mariani Mattiello.
“Encarar de forma positiva pode facilitar muito. Acreditar na equipe médica, nos procedimentos e nos medicamentos. Digo que a quimioterapia é minha poçÃo mágica da cura e ela tem que ser minha amiga. Todos os profissionais que me acompanham sÃo excelentes. Os profissionais da Oncologia sÃo muito dedicados, amorosos o que nos deixam emocionalmente acolhidos e preparados para enfrentar essa batalha. Em poucas palavras, diria: aceite, confie, se entregue, tenha bom humor, ou seja, careca erguida”. Andressa Maria Sovernigo.
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