Greve do INSS afeta metade das perícias em Santa Catarina
Última atualização 17 de setembro de 2015 - 09:47:26
Há três meses, a fiscal de caixa Cristina Figueiredo, 38, nÃo imaginava que nos próximos meses teria que contar com a ajuda dos amigos e familiares para sobreviver. Moradora em Palhoça, trabalhava no Continente Park Shopping até sentir fortes dores nas costas. Com hérnia de disco, fez duas cirurgias e deve ficar seis meses afastada. Porém, no dia da perícia no INSS a unidade de SÃo José estava fechada.
– A atendente do 135 disse que nÃo tinha o que fazer. A consulta foi reagendada para 5 de novembro. O dinheiro das férias usei para me manter e pagar as contas. Sem saber o que fazer, chorei desesperadamente na frente da agência – relata.
Diferentemente de Cristina, dominado pela fúria, segunda-feira, um homem ainda nÃo identificado quebrou a porta de vidro da agência do INSS em Biguaçu.
Os servidores do INSS estÃo há 72 dias em greve e, no início do mês, os peritos também aderiram ao movimento. Foram reduzidos os 23 mil atendimentos (incluindo desde pedidos de informaçÃo até perícias) registrados diariamente nas 57 unidades de Santa Catarina. Segundo a assessoria do INSS, 52% das 2 mil inspeções estÃo mantidas. As demais estÃo sendo remarcadas.
O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público (Sindprevs/SC), Luciano Véras, reconhece o prejuízo da greve e argumenta que o governo federal demorou 50 dias para apresentar uma proposta.
– Infelizmente, a única ferramenta para reivindicar é exercendo o nosso direito à greve.
OAB sugere documentar tentativas
O advogado e vice presidente da ComissÃo de Seguridade Social e Previdência Complementar da OAB/SC, Thiago Martinelli Veiga, alerta que 60% dos servidores devem manter o atendimento prioritário à populaçÃo. Orienta aos prejudicados pelas paralisações que registrem a reclamaçÃo na ouvidoria do INSS pelo página da Previdência na internet e que guardem a denúncia impressa. Caso passe de 45 dias da primeira consulta podem, com auxílio de um advogado, buscar atendimento em juízo.
– A recomendaçÃo é que as pessoas registrem a denúncia na ouvidoria e o reagendamento na central de atendimento. Os que se sentirem prejudicados de alguma forma pela falta do pagamento podem entrar com uma açÃo de danos morais, por isso é importante guardar todos os documentos que ajudem no processo – alerta.
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