O filho de dona Evanildes conseguiu bolsa integral em uma universidade privada de Aracaju, por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni). Apesar de nÃo ter custos com mensalidades, tem de arcar com os materiais de estudo, além de aluguel e manutençÃo pessoal.
A mÃe detalha que Prefeitura Municipal de Coité concede uma ajuda de custo no valor de R$ 300, por meio do Programa de Apoio ao Estudante (PAE). Entretanto, o valor nÃo é suficiente para todas as despesas. Por isso, Evanildes dobrou as mangas e foi às ruas.
“Faço com muito orgulho. NÃo tenho vergonha por isso. Houve pessoas que viraram a cara, mas nÃo há do que eu me envergonhe”, atesta. O trabalho ocorre de domingo a domingo. Com a ajuda da mÃe, o filho já completou dez semestres do curso de medicina e tem com previsÃo de formatura o segundo semestre de 2016.
Tio do estudante, José Carlos da Silveira, de 59 anos, também ajuda nos trabalhos de coleta, mesmo com uma deficiência em uma das pernas. “Fazemos para dar uma ajuda na manutençÃo. Puxo a carrocinha com o peso de domingo a domingo. Para mim, tem sido uma grande fase de fisioterapia”, diz.
José Carlos detalha, que ao lado da irmÃ, coleta mais de duas toneladas de papelÃo por mês. “Fazemos com grande satisfaçÃo. Ele [o sobrinho] é um menino inteligente e admirado por todos. A cidade toda tem uma coisa boa para contar sobre ele”, afirma orgulhoso.
Cinco anos após o início das coletas, dona Evanildes confessa que, por diversas vezes, pensou que nÃo conseguiria manter o filho no curso. “Até agora mesmo, ainda nÃo é nada fácil. O desejo de toda mÃe é ajudar. Fico na expectativa de que ele tenha um grande futuro. NÃo tenho vergonha de contar isso. Que nossa história motive outros”, diz.
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