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Sem cirurgia, anticoncepcional masculino deve chegar ao mercado em 2018

Última atualização 25 de maio de 2015 - 13:46:03

Foto: Imagem Ilustrativa
Apesar de parecer uma realidade ainda distante, em poucos anos, os homens deverÃo ter à disposiçÃo um anticoncepcional masculino. O produto que está em fase de testes, deverá chegar ao mercado em 2018.
Desenvolvido pela FundaçÃo Parsemus, dos Estados Unidos, o Vasalgel será aplicado por meio de injeçÃo nos vasos deferentes (que ficam nos testículos e carregam os espermatozoide até a ejaculaçÃo), bloqueando a passagem das células reprodutivas masculinas.
O produto nÃo modifica a produçÃo de hormônios masculinos. Para a reversÃo, é injetada outra substância que dilui a primeira, e, em algumas semanas, o homem fica apto para ter filhos novamente.
Em entrevista ao R7, a diretora da fundaçÃo, Linda Brent, explicou que o produto nÃo influencia na ejaculaçÃo e no orgasmo.
— A substância bloqueia e filtra o esperma, permitindo que o sêmen seja liberado normalmente. A ejaculaçÃo continua da mesma maneira, mas sem esperma.
Até agora, os testes realizados em coelhos mostraram que o produto é eficaz, conforme explica Linda.
— A infertilidade permaneceu por pelo menos um ano. Logo depois, iniciamos o procedimento de reversÃo.
Segundo Linda, a expectativa da Parsemus é iniciar os testes em humanos a partir de 2016, mas, para isso, é preciso ter a aprovaçÃo do órgÃo de controle de saúde americano, FDA (Food and Drug Administration).
Em relaçÃo ao tempo de duraçÃo do produto, a diretora explica que ainda nÃo é possível ter essa resposta. Nos coelhos testados, o efeito permaneceu por um ano até ser interrompido pelos pesquisadores.
— Estudos com produtos similares na Índia demonstraram que o efeito chegou a durar dez anos. Nós ainda teremos que fazer diversos testes para podermos dizer por quanto tempo o homem ficará prevenido com Vasalgel.
Na opiniÃo do urologista Marcello Cocuzza, membro do Departamento de reproduçÃo Humana da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), a novidade pode ser revolucionária em relaçÃo a prevençÃo masculina.
— Sem dúvida seria algo revolucionário, mas é preciso muitos testes. Facilitaria muito o processo anticoncepcional masculino. Mas em humanos é muito complicado, porque cada pessoa é diferente.

Poucas opções para homens
Por haver poucas opções contraceptivas para o homem, o urologista diz acreditar que a novidade pode ser bem recebida pelo público. Hoje, quando o quesito é prevençÃo para eles, há somente duas opções: a camisinha e a vasectomia.
— SÃo poucas opções, porque o homem nÃo pode tomar remédios de efeito hormonal como a pílula. O uso dessas substâncias nos homens tem influência nos níveis de testosterona, e pode ser irreversível. Quando toma anticoncepcional, o sistema hormonal masculino fica bloqueado, ele entra em atrofia, o que nÃo acontece com a mulher. O testículo tem atrofia testicular crônica.
Para o médico, a principal vantagem do novo anticoncepcional seria a facilidade da reversÃo, já que é menos agressivo que a vasectomia.
— A vasectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na interrupçÃo dos ductos deferentes. Embora seja reversível, exige um procedimento cirúrgico delicado. É uma microcirurgia. O Vasalgel é um método contraceptivo utilizado para os homens que consiste na obstruçÃo, semelhante a vasectomia, porém, que proporciona a reversÃo com maior facilidade. Vejo com um método teoricamente mais simples, para a reduçÃo a curto prazo. Se ele funcionar, pode ser muito benéfico.
O especialista também explica que o produto pode também ter um processo de recuperaçÃo mais simples que o da vasectomia.
— Eu nÃo acho que esse novo contraceptivo tem que ser pensado como uma substituiçÃo da camisinha, mas sim como alternativa à vasectomia, para homens que já possuem uma família.

Preço
Até o momento, a FundaçÃo Parsemus nÃo tem estimativa de quanto custará esse produto, diz a diretora Linda Brendt.
— Nossa ideia é deixar o anticoncepcional a preço de custo, já que as grandes empresas da indústria farmacêutica nÃo tiveram interesse em patrocinar o nosso estudo.
Brendt afirma que a falta de interesse está associada a falta de lucratividade. Segundo ela, é mais vantajoso para a indústria vender pílulas para mulheres, que deve ser tomada diariamente, do que fazer um produto que pode durar por alguns anos.

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