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69% dos consumidores já compraram produtos falsificados, diz SPC Brasil

Última atualização 19 de maio de 2015 - 15:47:32

Foto: DivulgaçÃo
Esbanjar uma camisa ou celular com marca famosa é um hábito antigo de pessoas de todas as classes sociais e idades. Porém, quando o produto é falsificado ou uma réplica, a satisfaçÃo pode dar lugar ao constrangimento. É o que mostra um estudo inédito realizado pelo Serviço de ProteçÃo ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz que buscou entender como funciona o mercado de réplicas e falsificados no Brasil e os motivos que levam o consumidor a esse tipo de compra. A pesquisa revela que 69% dos brasileiros já compraram produtos nÃo originais, principalmente roupas (39%), calçados (22%) e eletrônicos (17%).
Em números absolutos, isso representa que 45,3 milhões de pessoas já adquiriram réplicas ou produtos falsificados. Os itens mais comercializados sÃo roupas, acessórios e calçados, e o público que mais compra é jovem, pertence à classe C e possui menor escolaridade.
Foi identificado na pesquisa que praticamente metade (49%) dos usuários de produtos nÃo originais esconde a realidade da compra – principalmente pessoas até 55 anos, pertencentes à classe C e de menor escolaridade. Desses, 24% ficariam muito constrangidas caso alguém descobrisse.

Preço mais baixo dos falsificados facilita acesso a pirataria
De acordo com os dados levantados, a principal justificativa para a compra é o preço mais baixo. Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o valor bem inferior ao de um produto original é o que facilita o acesso de pessoas com ao universo do luxo. A pesquisa revela: oito em cada dez consumidores de falsificados ou réplicas (83%) comprariam os produtos originais, se pudessem.
“Para quem tem recursos financeiros inferiores aos valores dos produtos de luxo, a compra de falsificados é um dos mecanismos encontrados para inserir-se no mercado de marcas famosas”, diz a especialista. “A compra expressa o desejo de adquirir status, diferenciar-se dos outros, e sentir-se como parte de um grupo 'exclusivo' de pessoas”, explica.

48% dos compradores já foram enganados na hora da compra
Segundo a pesquisa do SPC Brasil, 48% dos entrevistados já foram enganados sobre a legitimidade dos produtos na hora da compra. “Entre réplicas e falsificados, muitas vezes é difícil diferenciar os produtos do original. Isso facilita a enganaçÃo por parte dos vendedores”, explica Kawauti. “O ambiente da compra pode ser um importante fator para o consumidor se atentar. Independentemente se for em uma loja de rua, shopping popular ou supermercados, é válido reparar na qualidade do produto e informações da marca que visam diferenciar o verdadeiro do falso.”
Cerca de 40% dos consumidores disseram nÃo perceber as diferenças entre as réplicas e os produtos piratas, ainda que 43% acreditem que as réplicas têm qualidade superior. Quando se observa a opiniÃo dos que nÃo compram produtos nÃo originais, 63% afirmam que esses itens nÃo possuem a mesma qualidade. Porém, apenas uma em cada dez pessoas (12%) cita motivos éticos para evitar a compra de falsificados, ao dizer que nÃo quer financiar o mercado ilegal.

Comércio ilegal representa prejuízo para a economia
Segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, além da discussÃo sobre qualidade ou constrangimento do consumidor, a compra e venda de produtos nÃo originais envolve problemas e discussões muito maiores. “O comércio de itens falsificados definitivamente representa um prejuízo para a economia do país e graves riscos para a saúde e o meio ambiente, uma vez que os produtos nÃo passam pelas restrições do controle de qualidade impostas ao mercado legal da indústria”, afirma.
O presidente afirma, ainda, que frequentemente a fabricaçÃo de falsificados está inserida em um contexto de exploraçÃo da mÃo de obra, com baixíssimas remunerações e péssimas condições de trabalho. “Esse mercado pode servir para financiar uma série de outras atividades criminosas”, alerta Pellizzaro. Estima-se que o mercado perca 30 bilhões de reais com a venda ilegal de produtos piratas, considerando apenas 13 segmentos da indústria, segundo o Fórum Nacional de Combate à Pirataria.

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