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Concorrência faz postos baixarem em torno de R$ 0,40 preço da gasolina na Grande Florianópolis

Última atualização 17 de abril de 2015 - 15:49:40
De olho na reduçÃo dos clientes e na concorrência, postos de combustíveis da Grande Florianópolis travam disputa de preços e quem ganha é o consumidor, que pode economizar cerca de R$ 24 ao encher o tanque (considerando um com capacidade para 60 litros) em relaçÃo aos valores cobrados em fevereiro. O preço do litro – que ficava em torno de R$ 3,49 – baixou até R$ 0,40, segundo o sindicato da categoria.
Joel Fernandes, diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis e administrador de cinco postos na Capital – um na regiÃo central da cidade e outro no Campeche – afirma que houve diminuiçÃo de consumo de 5% a 8% em relaçÃo ao ano passado. Ele acrescenta que no término da temporada é “histórico na cidade” haver reduçÃo de preços para compensar a queda no movimento e tentar manter o volume.
– A situaçÃo deve ficar desse jeito mais uns três ou quatro meses. Nosso mercado é efeito dominó. Um sobe de um lado e todo mundo vai subindo, um baixa de um lado e todo mundo vai baixando. Em Palhoça, estÃo vendendo gasolina a R$ 2,89, entÃo nÃo se surpreenda se isso chegar aqui – afirma.

Distribuidoras também reduziram a cobrança

Aldo Nienkötter, dos Postos Nienkötter, com duas unidades em Florianópolis e duas em SÃo José, garante que a reduçÃo ocorre devido à concorrência:
– Temos que fazer isso, nÃo temos escolha, senÃo perdemos clientes – afirma Aldo, no ramo há 35 anos.
Um dos postos da rede chegou a vender o litro de gasolina a R$ 3,499, mas o preço caiu sucessivamente e, há dois dias, está em R$ 2,989. Nienkötter descarta a possibilidade de cartel e afirma que há um espelhamento da concorrência, já que cliente tem a facilidade de passar por diversos postos e verificar os preços. Neida Muccillo, diretora-geral dos Postos Galo, com seis unidades em Florianópolis, diz que a rede baixou o preço, em torno de R$ 0,20 chegando a R$ 3,399 o litro, principalmente, por causa da concorrência:
– Para nÃo ficar fora do mercado, reduzimos um pouco o preço. Agora a gente vai analisar como o mercado se comporta para ver se mantemos.
Ela acrescenta que também houve uma pequena reduçÃo do preço cobrado das distribuidoras.
– De novembro a março, há entressafra de etanol e as distribuidoras aumentam um pouco o combustível, com aumento do álcool anidro. EntÃo, em março baixa um pouco, mas nÃo foi uma baixa desse tamanho – defende Neida Muccillo.
Fernandes também cita uma queda no valor do litro cobrado pelas distribuidoras. Antes, girava em torno de R$ 2,90 e passou para R$ 2,85.

Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS

Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS

Procon multa 24 postos por abuso nos preços

O secretário de Defesa do Consumidor da Capital, Tiago Silva, defende que a queda nos preços está relacionada ao trabalho de notificaçÃo e fiscalizaçÃo do órgÃo. Em levantamento feito pela secretaria, em abril os postos baixaram até R$ 0,50, ou 17%, o preço do litro de gasolina em relaçÃo ao praticado no início de fevereiro. Em média, o preço em fevereiro era de R$ 3,472 e depois passou para R$ 3,191 na Capital.
– Ficou bem caracterizado como aumento acima do que foi repassado pelo governo, porque depois das notificações, eles baixaram os preços – afirma Silva.
Diante disso, a secretaria enviou autuações para 24 postos em Florianópolis na quarta-feira. As multas, que em média sÃo de R$ 50 mil, somam R$ 1,4 milhÃo. A partir da data de recebimento, os postos têm o prazo de 10 dias para apresentar defesa. Joel Fernandes, diretor do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis, defende que há abuso de poder do Procon:
– Conseguimos liminar a nosso favor. EntÃo sabemos que vamos perder na esfera administrativa, mas na esfera judicial tenho plena convicçÃo que vamos ganhar.
A queda nas bombas nÃo ocorre apenas na Grande Florianópolis. Em Joinville, em meados de março, o preço do litro começou a baixar, motivado, principalmente, pela concorrência. No intervalo de 10 dias, alguns estabelecimentos baixaram mais de R$ 0,20. Em Blumenau, no final de março, o preço dos litros estava entre R$ 3,03 e R$ 3,29.
Elizabete Fernandes, diretora do Procon SC, afirma que a fiscalizaçÃo continua e que haverá pesquisa de preços na próxima semana e uma outra para acompanhar a ContribuiçÃo de IntervençÃo no Domínio Econômico (Cide), que entra em vigor em maio e que nÃo pode impactar em aumento do preço, pois em contrapartida haverá reduçÃo do PIS/Cofins.

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