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Com elevação do dólar, macarrão, pão e biscoito vão ficar mais caros

Última atualização 20 de março de 2015 - 15:52:17

Sem condições de absorver o aumento dos custos, por conta da alta do dólar e das tarifas de energia, a indústria de massas, biscoitos, pÃes e bolos vai reajustar os produtos em 8%, em média, para o varejo. A medida deve ter um efeito cascata que vai alcançar o bolso dos consumidores. Isso porque, também pressionado por despesas cada vez mais elevadas, o comércio deve repassar o aumento dos derivados de trigo para os preços das mercadorias nas prateleiras de supermercados e padarias.


Produtos que usam o trigo como matéria-prima, a exemplo do macarrÃo, ficarÃo mais caros

Conforme o presidente da AssociaçÃo Brasileira da Indústria de Biscoitos, Massas Alimentícias, PÃes e Bolos Industrializados (Abimapi), Cláudio ZanÃo, o Brasil produz menos da metade do trigo consumido no país e precisa importar grandes quantidades de farinha de países do Mercosul, sobretudo da Argentina, do Canadá e dos Estados Unidos. Com a alta do dólar, que se valorizou 24% este ano, o custo de produçÃo disparou e está anulando as margens de lucro das empresas do setor.
“Nas massas, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 40%, e nos pÃes e bolos, de 30%. Qualquer variaçÃo do preço do trigo tem impacto no setor”, destacou ZanÃo. Além da alta do dólar, a indústria alimentícia se ressente dos reajustes de energia elétrica e do efeito da alta do diesel no custo dos fretes para transporte das mercadorias. “Este ano, tudo está aumentando muito, até as embalagens estÃo mais caras”, disse o presidente da Abimapi.
O aumento dos derivados de trigo vai se somar a tantos outros que desagradam aos consumidores. “Subiu o preço de tudo”, lamentou a estudante Maria Laura Gonçalves, de 22 anos. Em casa, ela acredita que os maiores gastos sÃo com a conta de luz e com a alimentaçÃo, e vem cortando alguns produtos. “O ovo de Páscoa vai ficar para o ano que vem”, disse. “Está tudo muito mais caro que no ano passado. Tem coisa que nem compensa mais comprar”, disse a tecnóloga de alimentos Cecília Fernandes, 24 anos. Para driblar os preços altos, além de gastar menos com supérfluos, ela evita usar o carro.

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