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Mansão de Clodovil vai à venda no litoral 6 anos após morte do estilista

Última atualização 19 de março de 2015 - 10:08:30

Área de lazer de tinha uma piscina, raramente usada pelo estilista. (Foto: Carlos Santos/ G1)
Uma mansÃo com sinais de abandono em Ubatuba, no litoral norte de SÃo Paulo, ainda guarda memórias e parte da intimidade do estilista e deputado federal Clodovil Hernandes, morto há exatos seis anos. O imóvel, localizado em uma encosta no meio da mata fechada, está sendo colocado à venda pela advogada do estilista – o valor ainda nÃo foi definido. Apesar disso, uma decisÃo da Justiça determina a demoliçÃo da casa.
Estimada em cerca de R$ 1,6 milhÃo, quando ainda estava em boas condições, a mansÃo construída em um terreno de três mil metross quadrados está vazia e teve praticamente todos os seus pertences leiloados. No local, visitado pelo G1, restaram poucos objetos. Apenas um ou outro eletrodoméstico velho, frascos de cremes e shampoos utilizados por Clodovil e uma pintura pequena com o retrato de sua mÃe. Além da vegetaçÃo nativa da regiÃo, o imóvel também é cercado por muitas plantas escolhidas a dedo pelo deputado.

SÃo cerca de 20 cômodos com características que remetem ao estilo excêntrico do estilista. Logo na entrada da parte principal da casa, há uma varanda coberta de areia refinada a pedido do próprio Clodovil, segundo o caseiro e único morador do local Antônio Nascimento, de 52 anos. “Ele pedia para pegar a areia e queimar com maçarico e depois peneirar. Era para ficar mais limpa, mais macia. Ele nÃo gostava de ir à praia, mas ficava bastante nesse espaço”, conta.
Ao longo da área, também há uma suíte grande com sacada de vista para o mar, que pertencia a Clodovil. O cômodo tem um pequeno banheiro e com uma particularidade inusitada: uma saída secreta para uma espécie de sótÃo do lado de fora da casa e que leva à mata. Antes de chegar ao aposento que era do estilista, ainda há um closet do tamanho de um quarto e repleto de armários. Do lado de fora, estÃo uma piscina, que quase nunca era usada por Clodovil, e uma capela, esta sim, bastante frequentada por ele.
Funcionário de Clodovil há cerca de 15 anos, Antônio vive em um dos cômodos do lado de fora da mansÃo com a esposa e dois filhos. Do ex-chefe, ficaram lembranças, principalmente, do jeito polêmico de Clodovil.
“O que ele tinha que falar, ele falava na cara. Ele ficava em cima da gente, falando até como a gente tinha que cuidar das plantas, mas era uma pessoa muito boa”, recorda-se Antônio, que teme a demoliçÃo da casa. “Prefiro que alguém compre e cuide da casa, do que ela seja demolida”.
Para a advogada de Clodovil em vida, Maria Hebe Pereira de Queiroz, a venda do imóvel é uma alternativa nÃo só para manter as memórias, mas também para destinar recursos para o pagamento de despesas e dívidas do estilista — entre elas, uma com a senadora Marta Suplicy (PT).
“Para terminar o inventário, precisa resolver o problema da casa de Ubatuba. As propostas serÃo encaminhadas para o juízo do inventário e serÃo avaliadas pelo juiz”, explica.
DemoliçÃo
Todas as memórias que remetem ao estilista no local, porém, podem estar com os dias contados. O imóvel recebeu determinaçÃo de demoliçÃo pela Justiça, com base em uma açÃo do Ministério Público, por estar em uma área de proteçÃo ambiental. “Acho uma temoridade fazer essa demoliçÃo, porque a casa fica na mata fechada e o acesso é muito difícil. Quero eximir minha responsabilidade de um novo crime ambiental”, diz Maria Hebe.
Segundo a advogada, somente a demoliçÃo do imóvel custaria cerca de R$ 350 mil. Uma petiçÃo foi encaminhada no início do mês à Justiça pedindo isençÃo de quaisquer possíveis novos prejuízos ambientais com a derrubada. “A vida dele era aquela casa e ele só parou de ir para lá quando começou a ficar doente. Acho uma maldade demolir aquilo, mas decisÃo da Justiça a gente nÃo questiona”, afirmou a advogada.

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