Em 42 anos de registros feitos pela Epagri-Ciram, nunca choveu tanto em janeiro quanto já choveu nos primeiros 21 dias de 2015 em São Miguel do Oeste. Segundo informado, a média histórica fica em 180 milímetros, sendo que até a última quarta-feira, já choveu 292 milímetros em São Miguel do Oeste
Nunca choveu tanto no mês de janeiro em São Miguel do Oeste quanto já registrado em apenas 21 dias do chuvoso janeiro de 2015, conforme dados informados pela Epagri-Ciram, que monitora as chuvas no município há 42 anos. Conforme o meteorologista, Clóvis Corrêa, a média histórica de São Miguel do Oeste para o mês é de 180 milímetros, sendo que até as 9h da última quarta-feira já havia chovido 292 milímetros, quase 10 milímetros a mais do volume de chuva registrado durante todo o primeiro mês de 1990, que teve o janeiro mais chuvoso nos 42 anos de registro, com 283 milímetros.
Clóvis ressalta que as medições feitas pela Epagri-Ciram obedecem a uma metodologia específica, e correspondem ao volume de chuva registrado onde a estação está localizada. Ele revela que na estação de Dionísio Cerqueira, por exemplo, choveu 237 milímetros até agora em janeiro, sendo que em Maravilha 255, e em Itapiranga 348 milímetros.
Segundo o meteorologista, era esperado um volume elevado de chuva para o mês, porém, aproximado das médias históricas. Para Corrêa, o excesso resulta das grandes massas de umidade que têm chegado até a região. Ele revela que as previsões indicam que as chuvas seguirão ocorrendo até o final do mês e em fevereiro.
EFEITOS
O grande volume pode gerar uma série de prejuízos, como explica o engenheiro agrÔnomo e extensionista da Epagri Regional de São Miguel do Oeste, Célio Air Mikulski. “As chuvas excessivas destes primeiros dias do ano vêm trazendo problemas a diversos setores da agricultura e agropecuária. Os fumicultores que estão com sua safra nos galpões secando, o excesso de umidade compromete seriamente a qualidade final do produto, agravando ainda mais a situação da categoria”, exemplifica.
Conforme Mikulski, o excesso de chuvas também vem dificultando os trabalhos de colheita da silagem, do milho em grão gerando perdas e deteriorando a qualidade final destes produtos. “Aos produtores de leite o excesso de chuvas dificulta o manejo dos animais pois o pisoteio animal associado a umidade dos solos pode causar a degradação das pastagens, principalmente das anuías e não perenes. Isso faz com os produtores mantenham os animais mais confinados aumentando os custos com ração e silagens. O excesso de umidade também dificulta o manejo da ordenha do leite, pois aumenta a incidência de doenças como a mastite ambiental, o que poderá reduzir a qualidade do produto e o aumento custos e cuidados com os animais”, complementa.
Porém, o extensionista lembra que os prejuízos com estiagens podem ser ainda maiores e pede organização. “Precisamos trabalhar com sistemas de produção que aproveitem melhor as tecnologias ambientais como a produção de leite à base de pastos perenes, plantio direto das lavouras e o armazenamento desta água em excesso hoje em cisternas para que não nos falte amanhã”, conclui.
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