Familiares reconheceram a roupa e os objetos do idoso, no entanto, segundo o delegado de polícia, José Airton Stang, o DNA será feito nos próximos dias e causa da morte ainda é considerada um mistério.
Quatro membros da família de Artênio Barbieri, 78 anos, fizeram no fim da tarde de segunda-feira, dia 20, o reconhecimento dos objetos pessoais do idoso que estava desaparecido há quatro meses e meio. A esposa, filha, neta e genro da família, identificaram a roupa que ele estaria usando quando foi visto pela última vez.
Conforme o delegado responsável pela delegacia de proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami), José Airton Stang, a família reconheceu os pertences de forma taxativa. Segundo ele, em conversa com os médicos legistas, é normal na prática da medicina legal o reconhecimento pelos objetos, isso porque, segundo ele, a probabilidade de outro ser humano estar com as vestes do idoso, é praticamente descartada uma vez que, a família reconheceu Artênio de forma unãnime.
Embora a identificação dos objetos tenha ocorrido, Stang é enfático ao dizer que o exame de DNA para este caso será imprescindível. Segundo ele, Barbieri não sofreu um desaparecimento seguido de morte natural. Ele enfatiza que outros elementos influenciaram para que a polícia desse seguimento ao inquérito mesmo após a ossada do idoso ter sido localizada no bairro São Sebastião, em uma mata de acesso à linha Juvêncio.
O delegado explica que no caso de Artênio, houve especulações e acusações de que membros da família estivessem envolvidos num suposto crime encomendado. “Houve muita especulação em torno do desaparecimento. Rivalidade dentro da família. Temos outras dúvidas em saber se essa morte foi natural, se ele adentrou sozinho na mata ou se alguém conduziu ele”, argumenta.
ENCONTRADO
Segundo Stang, a ossada de Artênio foi encontrada no final da tarde de domingo, dia 19, por um popular que estava abrindo uma “picada” na mata, na finalidade de fazer uma medição topográfica. “Esta pessoa foi abrir caminho na mata para facilitar o trabalho dos agrimensores e no final da tarde se deparou com a ossada. Imediatamente comunicou a polícia”, explica.
Segundo Stang, a ossada não estava enterrada. “Havia uma árvore de aproximadamente três metros de altura e um galho quebrado onde a ossada foi encontrada, que aparentemente não fazia muito tempo que havia quebrado”, detalha.
A ossada segundo o delegado, foi localizada a 80 metros mata a dentro. “Em conversa informal com os peritos, não temos como saber o que aconteceu, o que podemos alegar é que é muito estranho a estada da ossada lá. Em outra mata mais próxima seria compatível com a situação e idade do idoso. Precisamos analisar agora como Artênio teria se dirigido sozinho até lá, já que, a distãncia de sua casa até a mata é de aproximadamente 5km”, comenta.
INQUÉRITO
Com a localização da ossada, Stang enfatiza que a Polícia deu um gigantesco passo à frente na investigação. “Agora podemos ter a certeza que ele está morto”, enfatiza o delegado, acrescentando que a polícia terá dificuldades em dizer se Artênio foi vítima de alguma violência, isso porque, de acordo com o delegado, os peritos não encontraram nenhum sinal de trauma na estrutura óssea. “Na avaliação do perito não foram identificados sinais de trauma, a exemplo de algum tiro ou facada que possa ter provocado a sua morte. No entanto, afirmar o contrário também é uma incógnita. Portanto, com o que foi encontrado, até a causa de sua morte continua sendo um mistério”, explica.
FAMÍLIA
A esposa de Artênio, Oneyde Barbieri, 76 anos, garante que a ossada encontrada é mesmo do marido. “Reconhecemos tudo, a calça toda rasgada, canivete, cinto, bota, blusa”, conta ela lembrando que ao encontrar com os pertences do marido, a família terá a partir de agora mais “sossego”. “Foi um alívio porque era muita conversa, fofoca, calunia sobre a gente, era demais, eu tinha dias que eu não aguentava mais. Acusavam a gente. Querem ver a gente no fundo do poço”, desabafa.
Ao ser questionada sobre o porquê Artênio iria para uma localidade distante de sua casa, Oneyde disse que não sabe explicar e que assim que o DNA for efetivado, a família fará uma cerimÔnia de despedida. “Outras coisas eu não sei explicar, não sei o que explicar. Essa doença, ele caminhava muito, não sei explicar isso. Eu imaginava que iria achar ele vivo. Acharam assim e deu né, fazer o quê. Só vamos fazer uma cerimoniazinha pra família”, conta ela.
Já a irmã de Artênio que reside no Mato Grosso, Zilda Barbieri, 60 anos, diz que a família ainda está inconformada. “Vamos aguardar o DNA, achamos que ele não foi até lá sozinho. Estamos esperamos que saia o resultado, se for ele, ficamos muito feliz, vai acabar com a angústia, estávamos sofrendo muito”, finaliza.
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