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A indústria Laticínios Mondaí está com as atividades suspensas desde o final da tarde da última sexta-feira, dia 12, ocasião em que os funcionários entraram em ‘férias coletivas’. Conforme o gerente financeiro da empresa, Jonas Demarchi, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) interditou a indústria por volta das 16h45 de sexta, sendo suspensa qualquer operação de compra, venda ou industrialização.
Segundo Demarchi, ainda na sexta-feira, 30 funcionários foram dispensados de suas funções e na segunda-feira, dia 15, outros 155 colaboradores entraram em férias coletivas. A Laticínios emprega atualmente 240 funcionários diretos. Indiretamente, são 1.800 famílias agricultoras e aproximadamente 100 pessoas envolvidas com o transporte.
Ele explica que na manhã de segunda-feira, a Laticínios Mondaí divulgou uma nota direcionada aos produtores rurais e demais fornecedores da indústria, informando de que devido à situação pela qual a empresa está passando, não pÔde honrar com os pagamentos que estavam previstos para este dia 15 de setembro. De acordo com a nota, os pagamentos serão liquidados no próximo dia 26 de setembro.
Segundo o gerente financeiro da laticínios, Jonas Demarchi, desde o dia 19 de agosto, quando foi desencadeada operação que apurou a ocorrência de adulteração no leite, a empresa foi impedida de comercializar seus queijos, passando a estocá-los. “A indústria entrou em regime especial de fiscalização do MAPA e por isso, todo e qualquer produto precisava ter avaliação laboratorial atestando sua qualidade e conformidade, antes de ser vendido”, explica.
De acordo com a nota emitida pela Laticínios Mondaí, esse processo é demorado e por isso a empresa não pÔde faturar nenhum produto desde o dia 19 de agosto. “As cãmaras frias com o estoque da indústria foram lacradas”, disse Demarchi.
Ele destaca que a empresa está tomando medidas administrativas e judiciais para liberar as atividades da indústria. O gerente financeiro acredita que isso possa ocorrer dentro de poucos dias. Ele destacou que assim que a indústria voltar a operar será possível vender a produção estocada e também voltar a captar leite junto aos produtores rurais, gerando novamente receita.
Demarchi salientou ainda que após a liberação, as operações devem ser retomadas em menor volume, mas que a empresa pretende voltar ao patamar de produção que tinha anteriormente. No último mês de julho, ele destaca que a Laticínios Mondaí captou 10 milhões de litros de leite. “Inicialmente a retomada deve ser na produção de queijos e, numa segunda etapa, a comercialização de leite, que foi suspensa pela empresa desde o dia 21 de agosto”, esclarece.
Ainda conforme o gerente financeiro, as obras de ampliação da indústria seguem em andamento e devem ser concluídas dentro de 30 dias.
“MP não tem intenção de fechar a laticínios”, diz promotor
O promotor da Comarca de Mondaí, Fabrício Pinto Weiblen, afirmou em entrevista à Rádio Porto Feliz, que o Ministério Público não tem intenção de fechar a laticínios, pois segundo ele, ela oferece muitos empregos e é importante para economia do município. No entanto, ele explicou que essa possibilidade pode ser cogitada caso a indústria se mostre impossibilitada de exercer suas funções de forma lícita.
Weiblen frisou que a laticínios pode continuar funcionando normalmente, sendo que está submetida a uma fiscalização rigorosa e permanente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O promotor enfatizou que a fase agora é de produção de provas à justiça, tanto da acusação, quanto por parte da defesa. Conforme Weiblen, as provas para uma condenação não podem ser somente aquelas produzidas durante as investigações. Parte delas segundo ele, precisa ser confirmada durante o processo. O promotor enfatizou que o obtido até o momento pelo Ministério Público mostra claramente que houve adulteração no leite comercializado e utilizado pela indústria.
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