O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) de Chapecó-SC deflagrou na manhã desta terça-feira, dia 19 duas operações simultãneas para combater crimes contra a saúde pública e garantir direitos dos consumidores.
As investigações iniciaram há cerca de cinco meses e estão focadas em empresas de laticínios, unidades resfriadoras e transportadoras de leite, cujos empresários e funcionários supostamente estão falsificando e adulterando o leite destinado a consumo humano, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo o valor nutricional.
As operações recebem os nomes de “Leite Adulterado I” e “Leite Adulterado II”, em face de empresas localizadas nos municípios de Lageado Grande, Ponte Serrada e Mondaí, todos em Santa Catarina, e Vista Alegre, no Rio Grande do Sul. Conforme informações do Ministério Público, foram mobilizados, para atuar nas operações, cerca de 60 agentes dos GAECOs, inclusive Promotores de Justiça e policiais do vizinho Estado do Rio Grande do Sul, além do Instituto Geral de Perícias e de 12 fiscais do MAPA/SIF.
Foram cumpridos 20 mandados de prisões e 11 mandados de buscas e apreensões, autorizados por ordens judiciais dos Juízes de Direito das comarcas de Xaxim e Mondaí, ambas em Santa Catarina. Foram presos 14 homens e seis mulheres e cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas unidades industriais, residências e propriedades rurais de sete cidades do Oeste e Extremo-Oeste de Santa Catarina e Noroeste gaúcho. Dessas sete pessoas são do município de Mondaí.
ADULTERAÇÃO
Conforme o MP-RS, o leite era adulterado — com ureia contendo formol para mascarar a adição de água ou com produtos para estancar o processo de adulteração — em território gaúcho e, depois, enviado para a sede da empresa em Mondaí, de onde seria distribuído para o Rio Grande do Sul ou São Paulo.
Durante a investigação foram apuradas imagens de funcionários lavando o braço junto ao leite. Segundo os promotores as substãncias eram utilizadas para recuperar o leite estragado e aumentar o prazo de conservação.
O lote recolhido de número H:16:03 L59, fabricado em 7 de junho de 2014, com validade até 5 de outubro deste ano, sob inspeção do SIF/DIPOA, número 0038/1501, foi tirado de circulação e está sendo investigado pelo Ministério de Agricultura.
Cerca de 72 pessoas, entre policiais, fiscais e promotores, participaram da ação. O GAECO é uma força-tarefa composta por Promotores de Justiça, Policiais Civis, Policiais Militares e Auditores da Secretaria da Fazenda Estadual. Nessa operação atuam com o GAECO, também, fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA/SIF). Conforme a assessoria do MP, mais detalhes dos fatos e das circunstãncias envolvendo a operação serão oportunamente revelados para não prejudicar as diligências em andamento.
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