SÃO MIGUEL DO OESTE
A família do médico e ex-secretário de Saúde de São Miguel do Oeste, Lairton Scheffer, encontrado morto no dia 27 de maio, em Blumenau, procurou nesta semana o Gazeta Catarinense para reclamar da falta de solução no caso. Em agosto, o Jornal noticiou sobre a investigação da polícia no caso. À época, o delegado responsável pelo caso, Bruno Effori, disse que todos os indícios apontavam para suicídio, alegando que laudos periciais toxicológicos e necroscópicos confirmavam que não houve morte violenta, e sim por intoxicação exógena, ou seja, por algum medicamento ingerido em excesso. O delegado ainda disse que havia sido encontrado um texto suicida escrito em uma agenda, que teria sido escrita por Lairton, o que veio a se confirmar depois, através de laudo grafotécnico.
A desconfiança da família sobre o caso parte de que o texto suicida teria sido escrito por Lairton em março, mais de dois meses antes da morte, em maio. Um segundo ponto e o mais intrigante, é de que, segundo a perícia, no quarto onde Lairton foi encontrado morto, havia várias cartelas de Dimorf (morfina- um fármaco narcótico de alto poder analgésico) e dois frascos de Rivotril (um tranquilizante do grupo dos benzodiazepínicos), mas nenhum indício das substãncias foi detectado no corpo do médico, segundo laudo expedido pelo Instituto Geral de Perícias de Florianópolis, mesmo quando havia vários indícios no quarto. Os familiares levantam a possibilidade de uma cena forjada por alguma outra pessoa para encobrir um assassinato.
A família questiona ainda o fato do delegado ter informado que o laudo toxicológico apontou morte por ingestão de medicamentos, quando não foram encontradas substãncias no laudo do IGP. Os familiares dizem que não querem atrapalhar as investigações, mas consideram que têm o direito de saber sobre o assunto. “Não sabemos nem qual foi a causa da morte. Se o laudo deu negativo, ele morreu do que? ”, questiona um dos integrantes da família.
A família reclama ainda da demora no caso, já que o laudo do IGP foi concluído em 18 de junho. Eles temem que o material coletado para análise no IGP seja descartado, já que não fica no órgão por mais de seis meses, prazo que se encerra hoje, dia 18 de dezembro. “Pedimos para que o material seja mantido lá. Queremos novos exames, saber o que matou ele”, realçam.
A reportagem do Gazeta Catarinense conversou com o delegado Bruno Effori, que preferiu não se manifestar e dar detalhes sobre o caso e alegou que a família estaria atrapalhando as investigações com suposições desnecessárias. Ele apenas disse que as informações necessárias estarão no inquérito que deve ser encerrado e encaminhado ao Fórum, até o dia 20, sexta-feira.
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