A Diretoria Vigilãncia Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) está monitorando os casos de catapora em todo o Estado graças ao surto da doença em Itajaí. Somente no primeiro semestre deste ano houve um aumento de 244% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, a Dive não detectou aumento significativo da doença em outras áreas.
O aumento dos casos de catapora em Itajaí é atípico para a época do ano. De acordo com a Vigilãncia Epidemiológica local, esse crescimento ocorre normalmente na primavera. Essa antecipação pode estar relacionada às condições climáticas.
– Tivemos um inverno com frio intenso apenas nessas últimas semanas. Essas temperaturas, que seriam de primavera, e a umidade acabam favorecendo a circulação do vírus– explica o diretor da Dive, Fábio Gaudenzi de Faria, lembrando que, independente disso, surtos podem ocorrer mesmo fora de época.
A diretoria da Vigilãncia Epidemiológica de Itajaí constatou que no primeiro semestre de 2012 foram confirmados 63 casos de catapora. Neste ano, o número de registros chega a 258.
– A minha preocupação hoje é se esses casos ainda vão aumentar na primavera ou se essa epidemia se antecipou, era para ter ocorrido na primavera e aconteceu agora– diz a enfermeira responsável pela Vigilãncia Epidemiológica em Itajaí, Rachel Marchetti.
Os especialistas lembram que a catapora, ou varicela, é altamente contagiosa, contamina 90% das pessoas não vacinadas ou suscetíveis à doença. Porém, não é uma doença que costuma causar danos mais graves à saúde.
Mesmo antes de saber que está doente a pessoa transmite o vírus, porque os sintomas só aparecem entre 10 a 21 dias após o contágio. O período de maior transmissão ocorre 48 horas antes do surgimento dos sintomas. Para se contrair a varicela, basta entrar em contato com as vesículas do doente ou as gotículas que ele expele pelo ar.
Os primeiros sintomas são febre, coriza e tosse. Até que surgem pequenas manchas nas costas, peito e abdÔmen. As manchas viram bolinhas vermelhas (pápulas), que se transformam em bolhinhas com líquido (vesículas) e, finalmente, em crostas (casquinhas).
A rede pública imuniza de graça apenas crianças e adultos imunodeficientes. No entanto, existe previsão do Ministério da Saúde para que a vacina da catapora seja incorporada ao esquema básico de imunização ainda este ano. (colaborou Bianca Ingletto)
Casos graves
De modo geral a catapora não é uma doença grave, mas pode ter consequências mais drásticas em adultos e gestantes.Devido ao sistema imunológico vulnerável, as grávidas correm o risco de apresentar lesões na pele, problemas no sistema nervoso e nas vias respiratórias. Por isso, de acordo com Fábio Gaudenzi de Faria, é importante que gestantes que tiveram contato com um doente procurem a rede de saúde.
Imediatamente, ela recebe medicações especiais que impedem que o vírus seja transmitido ao bebê. Em caso de pessoas que adoecem na idade adulta, há risco de lesão cardíaca, lesão do sistema nervoso central e cefalite.
Vacinação
A vacinação também é encontrada na rede privada. Há duas estratégias da imunização, segundo Faria. Uma é a imunização completa, que visa diminuir o risco de doença grave, contempla duas doses da vacina. A segunda é a de apenas uma dose, que é suficiente para prevenir uma catapora mais severa, mas não impede que o caso menos grave ocorra.
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