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Estudo aponta que apenas 1,7% das escolas catarinenses têm estrutura ideal

Última atualização 1 de julho de 2013 - 08:54:00

A escola municipal Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, tem quadra de esportes coberta, biblioteca, laboratório de ciências e informática, além de acessibilidade para alunos com deficiência. Em teoria, tudo o que se espera de uma escola de educação básica, mas que na prática é encontrado em apenas 1,7% das 6.502 unidades analisadas em Santa Catarina, segundo um estudo divulgado neste ano.

A escola do Bairro Cachoeira do Bom Jesus atende 758 alunos com a chamada infraestrutura ideal, estabelecida como critério pela pesquisa Uma escala para medir a infraestrutura escolar, que definiu quatro tipos de infraestrutura: elementar, básica, adequada e ideal. O estudo foi realizado pelos pesquisadores Joaquim Soares Neto, Girlene de Jesus, Camila Karino, da Universidade de Brasília (UNB) e Dalton de Andrade, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Enquanto discussões levantam a necessidade de levar a tecnologia para sala de aula, a pesquisa revelou que a maioria das escolas catarinenses não oferece mais do que TV, DVD, computadores e impressora. Em algumas, não há bibliotecas.

As escolas com infraestrutura abaixo do ideal são a maioria entre as pesquisadas. Dentro deste grupo, as municipais são maioria, com uma infraestrutura considerada básica. Entre as estaduais, 44,7% têm a chamada infraestrutura adequada, conforme o resultado do estudo.

Elas possuem ambientes como sala de professores, biblioteca e laboratório de informática. A pesquisa não levou em conta o estado de conservação das escolas pesquisadas.

Informações foram levantadas por relato dos gestores

Foram utilizados como base do trabalho dados do Censo Escolar 2011, que trouxe informações de 194.932 escolas, incluindo públicas, particulares, rurais e urbanas. O questionário é respondido anualmente pelos gestores.

—Todas as escolas precisam ter o nível ideal. Não está se pedindo equipamentos extras— observa o pesquisador Dalton.

Santa Catarina apresenta cenário melhor que o nacional, onde 44% das escolas contam apenas com água encanada, vaso sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha. As escolas com infraestrutura tida como ideal não passam de 0,6% no país.



Distribuição fica desigual

Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime), Cleuza Repulho, acredita que ao revelar que as escolas municipais estão pouco equipadas o estudo põe em evidência o investimento alto que a educação infantil representa para os municípios.

Ela alega que boa parte dos recursos municipais é usado na construção dos prédios para creches e pré-escolas, faltando dinheiro para instalações específicas para receber crianças entre 0 e 5 anos. A presidente da Undime observa ainda que os investimentos repassados pelo governo federal são escassos.

—A pesquisa demonstra com maior clareza o quanto a gente ainda precisa de investimento— ressaltou.

Outro fator que contribui para a rede municipal aparecer com uma infraestrutura deficitária, na visão de Cleuza, é o fato de também abranger as escolas rurais. Em Santa Catarina, 54% das unidades deste tipo oferece apenas água encanada, sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha.

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