MENU
O dono de um império de transportes (a TransBrasil atua em mais de 300 cidades e fatura cerca de R$ 50 milhões/mês) não acredita em falha mecãnica. Ele atendeu o DC nesta segunda-feira, por telefone.
Diário Catarinense – O Ônibus tem a marca TransBrasil, mas na documentação o proprietário é outro. De quem é o veículo?
Irandir Oliveira –Nós arrendamos aquele Ônibus, o que é completamente legal. Hoje a ANTT não dá segurança ao empresário para que invista em novas frotas, então somos obrigados a alugar de quem tem veículos com a qualidade necessária para as viagens. O Ônibus é de uma empresa de turismo de Foz do Iguaçu. Quando fechamos o contrato, eles ficaram responsáveis por veículo e motorista. Nós somos a marca e os donos das linhas, em casos como esses. Nós respondemos por esse caso.
DC – Passageiros falam que o veículo apresentou problemas na frenagem. Faltou manutenção ao Ônibus?
Oliveira –Não acredito em falha mecãnica e, como a perícia ainda não foi feita, ninguém pode afirmar nada. Esse Ônibus foi vistoriado pela ANTT e pelo Inmetro. Não faltou manutenção, se não, nem poderia estar trafegando.
DC – O que, então, o senhor acha que aconteceu?
Oliveira –O que pode ter acontecido é falha humana. O trecho do acidente é muito sinuoso e foi justamente em uma curva que o Ônibus caiu. Podia ter óleo na pista, o asfalto poderia estar molhado pelo sereno ou pode ser que o motorista estivesse acima da velocidade permitida. Existem vários fatores. Mas nós temos seguro e estamos dando apoio para as vítimas. Ninguém sai de casa pensando em causar uma tragédia.
DC – A sua empresa foi citada por vender liminar que garante a prestação dos serviços de transporte de passageiros a proprietários de Ônibus, mesmo ilegal e sem vistoriar os veículos que vão usar sua marca…
Oliveira –A minha empresa não vende liminar, arrendamos Ônibus. Operamos no Brasil com cerca de 400 veículos e mais da metade deles não são da empresa, mas alugados. Não tem nada de ilegal, está na legislação. Trabalhamos assim há 30 anos em Foz do Iguaçu. E acidentes acontecem em todos os lugares.
Enterros foram na segunda-feira
Os nove corpos das vítimas doacidentecom umÔnibusocorrido na manhã do último sábado, em Mondaí, foram enterrados nesta segunda-feira. Cinco deles, em Foz do Iguaçu.
As outras duas foram enterradas em Curitiba (PR),uma emAlegrete (RS)e outra em Itatiba (SP).
O acidente
Um Ônibus de uma excursão religiosa caiu numa ribanceira em Iporão do Oeste, cidade da região Oeste de SC. Nove pessoas morreram e mais 22 ficaram feridas. O acidente aconteceu às 7h quando o veículo da empresa Transbrasil saiu da pista em uma curva no km 10, atravessou o guard rail e caiu em uma ribanceira. Entre o Corpo de Bombeiros, a polícia e ambulãncias, 12 carros de socorro foram necessários para a ocorrência. O grupo formado por famílias se deslocava para o interior do Rio Grande do Sul para visitar um ensaio regional de música religiosa em Horizontina.
Sobreviventes
Dos que sobreviveram, cinco ainda seguem internados no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste. Roberval Ramalho dos Santos, 35 anos, é o que está em estado mais grave. Até as 9h desta segunda-feira, de acordo com a assessoria de imprensa do hospital, o estado de saúde dos pacientes é estável.
Enterro
Foz do Iguaçu (PR)
> Maria Moreira de Souza, zeladora de uma escola municipal
> Elzira Gobi
> Sirlei Martins de Jesus
> Helena Machado, professora e esposa do motorista do Ônibus
> Fagner da Silva Passos, 14 anos, tocava sax na orquestra da Igreja
Curitiba (PR)
> Renato da Silva, marido da Letícia da Silva
> José Altamir de Almeida, eletricista
Alegrete (RS)
> Letícia da Silva, esposa de Renato, estava grávida de seis meses
Itatiba (SP)
> Silvio Gomes Pereira, maestro da orquestra
deixe seu comentário