Após uma longa quebra-de-braços entre a União, deputados federais e senadores, a polêmica MP dos Portos foi aprovada, na semana passada, dando novo ãnimo para a iniciativa privada.
Os portos de SC estão preparados para receber, até 2017, investimentos estimados pelo governo federal de R$ 2,12 bilhões em obras de ampliação e modernização dos portos de Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul.
O setor privado também está otimista. O gerente-executivo de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso, prevê que a medida provoque um impacto tão grande para a redução de custos quanto a Lei dos Portos, de 1993.
A legislação de 20 anos atrás fez com que um contêiner que custava US$ 500 tivesse uma redução de preços para US$ 200. Com expectativas mais comedidas, empresários do setor portuário e de serviços ligados à área acreditam em novos investimentos, porém dizem que ainda é muito cedo para saber quanto SC será beneficiada com a quase-lei.
— Estamos esperando uma proporção semelhante a que ocorreu em 1993, mas a redução de custos não será de uma hora para outra — explica Cardoso.
Apenas no ano que vem, é aguardada um injeção de R$ 1,34 bilhão para a infraestrutura portuária catarinense, composta de três portos públicos e dois privados. Após um longo embate político entre deputados federais e senadores, a MP dos Portos foi aprovada, na semana passada, e aguarda a sanção da presidente Dilma Rousseff, que tem o limite de 10 dias para dar a canetada.
Fernando Otsuzi, diretor comercial da trading paulista First, com filial no Estado, define o momento como a “carta de alforria” dos portos brasileiros: os investimentos da iniciativa privada no setor ocorriam, mas agora os empresários têm a segurança jurídica que faltava.
— Duas empresas investiram R$ 2 bilhões em um terminal privado no Porto de Santos antes da regulamentação. O próprio estado de SC tem investimentos pesados que só aconteceram pela iniciativa privada — observou.
Mais competição, menos custos e
novas oportunidades de negócios
Segundo a Federação das Indústrias de SC (Fiesc), os incrementos incluem a previsão de fazer mais um terminal portuário em São Francisco do Sul, em estudo desde 2010, além de aumentar a atracação no Porto de Itapoá, alargar o rio Itajaí para atracar navios de grande porte e aumentar a profundidade do calado no Porto de Imbituba.
— Os portos públicos de SC são bons exemplos de eficiência, por não estarem tão saturados, mas também por sua administração enxuta — avalia o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI.
Com novos investimentos e um consequente aumento na concorrência, a expectativa é de que os custos diminuam para as tradings, maiores clientes dos portos, segundo a diretora-executiva da Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior, Lilia Miranda.
Para as empresas que fornecem tecnologia para os portos, o momento não poderia ser mais movimentado. Maxwell Rodrigues, vice-presidente da HTS Brasil, líder mundial em reconhecimento óptico de caracteres, conta que a empresa, nas últimas duas semanas, visitou os portos de Itapoá, Imbituba e Itajaí para avaliar possibilidades de automação dos terminais. Os investimentos estão cada vez mais próximos.
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