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Produtores de SC contam com retomada de exportações à Ucrânia para estabilizar preços dos suínos

Última atualização 27 de abril de 2013 - 19:23:17

Produtores de suínos de Santa Catarina esperam a retomada das exportações com a Ucrãnia para estabilizar o preço do produto, em queda desde o final de março. No intervalo entre a segunda quinzena do mêse abril, o valor do quilo suíno para produtores associados caiu quase 10%, de R$ 2,89 para R$2,68. Ávila acredita que, caso haja uma retomada da exportação de carne suína com o Brasil, a estabilidade dos preços demore um mês, devido ao processo burocrático para se oficializar a decisão do país europeu.

– Daqui a três semanas, o setor espera que o mercado com a Ucrãnia seja retomado, quando voltará a uma certa normalidade dos preços. Essa situação é momentãnea, até porque o país precisa dessa carne suína – acredita Ávila.

Uma comitiva visitou o Estadoem 18 de abril antes de decidir se volta a importar as cerca de 8 mil toneladas mensais de suínos produzidos na região – que correspondem a 25% do que o mercado brasileiro exporta para o país. No mês passado, Santa Catarina exportou quase 14 mil toneladas para todos seus parceiros comerciais.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina, Clever Pirola Ávila, cinco plantas estaduais sofreram com o bloqueio ucraniano. Como a produção de suínos tem um ciclo longo, diferente da produção de aves, os produtores não conseguiram fazer um ajuste rápido à demanda do mercado. O resultado é um estoque de parte da carne suína produzida, um redirecionamento para os produtos industrializados, como linguiça e presunto, e um aumento de exportação para países como Singapura e Hong Kong, que figuram entre os maiores parceiros comerciais de Santa Catarina.

Retração do consumo e proximidade da Quaresma desestabilizam preços

Em Chapecó, o suinocultor Clair Eloy Dariva teve um prejuízo de 5% na produção depois da queda do preço do animal. Apesar de considerar a exportação do produto importante para o reajuste dos preços locais, Dariva ressalta que o mercado interno não favorece a suinocultura – em média, o brasileiro consome 17 quilos de carne suína por ano, número bem abaixo dos 40 quilos destinados à carne bovina.

– Mesmo com uma queda no preço do milho e da soja, tive prejuízo com a venda dos suínos. Por isso, diversifico minha produção com a de leite e gado de corte para conseguir sobreviver.

No cenário nacional, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) acredita que a quebra de contrato com a Ucrãnia, justificada por falta de condições microbiológicas adequadas, é apenas um dos fatores que explicam a queda de preço do animal. Jurandir Soares Machado, diretor de mercado interno da associação, lista a diminuição do poder de compra do consumidor e a proximidade com a Semana Santa como limitadores do mercado de suínos.

– É possível que o cenário mude, especialmente com a chegada do frio, quando as pessoas consomem mais carne. Porém, essa questão da Ucrãnia tem de ser resolvida, senão a carne estocada no país vai causar ainda mais desvalorização do produto.

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