Depois do escãndalo que levou à proibição temporária de vendas de novos números de telefone celular em vários estados brasileiros, as empresas de telefonia móvel voltarão a ser investigadas. Em Santa Catarina, a Assembleia Legislativa instalou na tarde desta terça-feira uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
A instalação, que teve votação unãnime, faz parte de uma movimentação nacional que já inclui oito estados onde as Assembleias abriram CPIs – Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Sergipe, Roraima, Maranhão e Espírito Santo, além de SC. Outras cinco Assembleias recolhem assinaturas para também colocar as operadoras na mira das investigações – Mato Grosso do Sul, Acre, Paraíba, Tocantins e Goiás.
A Comissão catarinense será formada por sete deputados, presidida por Silvio Dreveck (PP), e com Moacir Sopelsa (PMDB) como relator. Segundo o deputado Dreveck, autor do pedido da CPI, os trabalhos iniciarão com foco nos problemas considerados frequentes:
– Os pontos iniciais serão deficiência na cobertura de sinal, quedas frequentes nas ligações e call centers ineficientes. Vamos partir desses pontos principais, ouvir depoimentos e responsabilizar de quem é a falha que prejudica o usuário.
Segundo informações do Procon de Santa Catarina, o principal motivo de reclamações no Estado é a cobrança indevida por serviços. Somente na Grande Florianópolis, desde 1° de janeiro do ano passado, foram formalizadas 4.211 reclamações – média de 8,8 por dia.
A movimentação nacional surgiu, segundo o presidente da Assembleia catarinense, depois que a Cãmara dos Deputados arquivou o pedido de uma CPI nacional de telefonia, prevista para o ano passado.
– Nosso objetivo é levar o tema de volta para o debate nacional. Hoje, os celulares só parecem funcionar bem nos presídios. Esperamos explicações convincentes por parte das operadoras e comprometimento em melhorar o serviço mediante investimentos, uma vez que lucros elas têm, e bastante – afirma o presidente da Assembleia, Joares Ponticelli (PP).
Em SC, a CPI tem como membros os deputados Edison Andrino (PMDB), Marcos Vieira (PSDB), Sargento Amauri Soares (PDT), Maurício Eskudlark (PSD) e Ana Paula Lima (PT).
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e Serviço Móvel e as empresas Oi e Claro disseram que não vão se manifestar no momento. A TIM informou que está à disposição da CPI e a Vivo não foi localizada.
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