A chegada da grife BMW em SC com o investimento da montadora na primeira fábrica da América do Sul em Araquari vai revolucionar o Estado. A expectativa do governo catarinense e da administração municipal da pequena cidade no Norte do Estado é que ocorra aqui o mesmo dinamismo econÔmico e social vivido por Spartanburg, onde está a fábrica americana da montadora alemã, e nas suas vizinhas Greer e Greenville.
O investimento projetado para Araquari, para o início do projeto, é de 200 milhões de euros (cerca de R$ 514 milhões), podendo chegar a R$ 1 bilhão na segunda fase da unidade. Nos EUA, desde a estreia da montadora em Spartanburg, em 1994 e até agora, o total de investimentos alcançou US$ 6 bilhões e a produção ganhou o mercado mundial.
Em visita à região da fábrica nos EUA, a comitiva catarinense liderada pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Paulo Bornhausen, buscou identificar os impactos que poderão ocorrer no Norte catarinense e em outras regiões do Estado. Integraram o grupo o prefeito de Araquari, João Pedro Voitexem; o vice-prefeito, Clenilton Pereira; o diretor regional do Senai-SC, Sérgio Arruda; o diretor Técnico do Sebrae-SC, Anacleto Angelo Ortigara; e o empresário do setor de tecnologia, Guido Dellagnelo.
Os catarinenses constataram que os efeitos positivos incluíram crescimento da economia regional, aumento da população (o número de moradores triplicou), avanço tecnológico, aprimoramento da mão de obra da região, crescimento da renda média dos trabalhadores, salto no nível de educação, mais investimentos sociais, urbanos e ambientais.
Conforme Bornhausen, quando a fábrica foi instalada, foram abertos 2 mil empregos diretos e, hoje, são quase 8 mil funcionários. No início, a cidade contava com apenas 34 empresas do exterior e, atualmente, são 108. A companhia paga salários mais elevados do que a média e é grande a disputa de universidades para colocar o maior número de profissionais, especialmente engenheiros, no quadro da montadora. Os trabalhadores da BMW são colaboradores e o turnover (rotatividade) é baixíssimo.
— Como a unidade dos EUA saiu do zero, dá para termos a projeção do que é o potencial da fábrica brasileira para o futuro. Estamos diante de uma janela de oportunidades. Talvez as pessoas não tenham entendimento do que isso significa, mas no futuro vai representar uma diferenciação para Santa Catarina dentro e fora do Brasil. A empresa vai melhorar a relação entre o setor produtivo e a sociedade — prevê Bornhausen.
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