Um grave acidente de trãnsito resultou em uma história inusitada vivida pelo uruguaio Júlio Cesar Veras Cabral, 42, que reside há cerca de dois anos em São Miguel do Oeste. Representante comercial e intérprete bilíngue, o uruguaio que viveu por muitos anos nos Estados Unidos, viajava a trabalho em fevereiro de 2012 quando se envolveu em um grave acidente na da BR-293, em Pinheiro Machado (RS).
Ele e mais dois profissionais viajavam em um Pálio, quando o veículo bateu de frente com uma caminhonete Hilux, que invadiu a pista contrária. Os outros dois ocupantes do veículo morreram no local, enquanto que Júlio Cesar, com várias fraturas, foi encaminhado ao hospital de Pinheiro Machado e levado em estado gravíssimo para Pelotas.
Aí ocorre a parte inusitada e mais curiosa da história. Internado na UTI, enquanto passava por uma cirurgia na mão, Cabral foi dado como morto e o corpo conduzido para outro setor do hospital, na espera para o reconhecimento e retirada do corpo. Lá, segundo ele, permaneceu por quase um dia fora da UTI, do meio dia à manhã do dia seguinte.
Ele acrescenta que foi dado como morto por um dia, até que percebessem que estava vivo. Novamente à UTI, depois de dois dias foi encaminhado para o quarto. Após mais de um mês no hospital, o representante comercial retornou a São Miguel do Oeste para a fase final da recuperação. Inicialmente ele permaneceu na casa da namorada e posteriormente auxiliado pelo antigo patrão, José Carlos Fiorini.
A notícia da suposta morte de Júlio Cesar foi divulgada por grandes meios de comunicação. Os documentos receberam baixa e o atestado de óbito já estava encaminhado. A documentação também o apontava como morto. Segundo Cabral, somente soube do ocorrido quando tentou abrir uma conta em banco e não conseguiu. Ele relata que desde agosto do ano passado vem tentando regularizar a situação. “Na embaixada uruguaia eu consto como morto”, comenta.
O estrangeiro revela que passou pelo processo todo inconsciente e que teria recebido a visita de quatro anjos durante o período de quase morte. “É uma coisa bem interessante. Eles colocaram as mãos sobre mim e disseram que eu não iria morrer”, conta. Veras Cabral afirma que pretende processar o hospital por negligência médica. Apesar de ter passado por várias cirurgias e se recuperado de forma surpreendente, ele vai precisar passar por mais algumas intervenções, inclusive na mão esquerda, aquela que passava por cirurgia quando foi dado como morto.
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