A construtora OAS descartou, ontem, negociar a gestão da Arena, uma das hipóteses aventadas para livrar o Grêmio dos altos custos assumidos com seu novo estádio. Agora, resta como alternativa ao clube a redução do aluguel das áreas destinadas aos seus associados, que hoje é de R$ 41 milhões anuais. Uma das soluções cogitadas é aumentar o tempo de parceria, fixado por contrato em 20 anos. Com isso, o valor dos repasses poderia ser diminuído.
—O projeto de migração de associados para anel superior foi proposto pelo Grêmio. Não consideramos a ideia de passar a gestão. Esta especulação surgiu apenas na mídia. Aceitamos apenas debater cláusulas que tratem de questões futuras. Acho que não cabe tratar de questões relativas ao investimento que fizemos para viabilizar a obra— disse Carlos Eduardo Barreto, diretor da OAS/Arenas, ao final de uma reunião de quatro horas no Olímpico.
Conforme Barreto, a redução do valor do aluguel não foi tratada. Ele deixou claro que todos os aditivos do contrato relativos ao valor que seria gasto para a migração dos associados passaram pelo Conselho Deliberativo do Grêmio, versão não confirmada pelo clube:
—Alguns documentos posteriores ao contrato não passaram pelo Conselho, mas foi uma questão de avaliação do próprio Conselho e do departamento jurídico— disse o representante do Grêmio no encontro, o vice-presidente Adalberto Preis.
O diretor da empreiteira compreende os gastos do Grêmio com a montagem de um grande time, mas pede que sejam respeitas as condições originais do negócio.
—O Grêmio conhece o desafio e a responsabilidade da OAS para construir a Arena. Temos obrigação com os bancos que nos financiaram e com parceiros que investiram no projeto— afirmou Barreto.
Disposto a manter uma boa relação com o clube, ele não descartou de todo a possibilidade de que sejam revistas algumas cláusulas do contrato. E expressou sua convicção de um acordo rápido.
Adalberto Preis assegurou que assumir a gestão “não é uma probabilidade” e o tema sequer entrou na pauta de discussões.
—Ambas as partes estão comprometidas em achar soluções equilibradas, que atendam a todos. Acho que a solução está bastante próxima— afirmou, sem, contudo, avançar em qual seria a saída.
Como alguns dos jogos previstos para a Arena em janeiro e fevereiro não foram realizados, a Arena Porto-Alegrense, gestora do estádio, poderia aceitar reduzir o valor relativo aos dois meses devido pelo Grêmio. Por enquanto, foi paga apenas parte da conta, que hoje é de R$ 6,8 milhões.
— O valor não está claro para o Grêmio e a OAS. Temos que definir quais seriam os números. Se usamos menos (o estádio), penso que podemos pagar menos— entende o dirigente.
Apesar da dificuldade financeira, Preis confia em que o clube siga com sua vida normal.
—Estamos enfrentando um estrangulamento circunstancial e provisório. Mas não podemos colocar as coisas de forma tão fatalista. O Grêmio resistirá sempre. Mas precisa retomar seu fluxo financeiro normal— alertou Preis, para quem criticar as gestões que assinaram o contrato “é jogar pedras no passado”.
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