Para asconcessionárias, não há dúvida: 2012 foi o ano do carro branco. Os motoristas deixaram de lado a máxima em que comparavam a cor ao veículo de taxista e carro de empresa e fazem fila nas concessionárias para comprar um veículo dessa cor. Em contrapartida, o mercado automotivo se depara com um outro tipo de consumidor: o que procura automóveis de cores extravagantes, fazendo as montadoras investirem em laranjas, amarelos e verdes.
No mínimo, eles chamarão a atenção de outros motoristas. Pensadas para o público jovem e aventureiro, as cores “marca-texto” têm sido alvo de investimento das montadoras. Fiat e Volkswagen, duas das principais montadoras do país, possuem, pelo menos, dois modelos de carro com opções verde, laranja e amarelo, cores que despertam a curiosidade ou a vontade de falar mal.
Valmir Clasen, gerente de vendas da concessionária Prima, explica que as versões coloridas são mais difíceis de serem vendidas no mercado brasileiro, mas que lançá-las à venda serve de termÔmetro para as montadoras dispostas a perceberem a aceitação do consumidor.
O diretor comercial da Hai Toyota, Eduardo Berlanda, acredita que, em poucos anos, vários carros coloridos irão circular pelo país, a exemplo do que já ocorre na Europa, local onde surgiu a tendência. Mas enquanto isso não acontece por aqui, a concessionária aproveita para chamar a atenção dos consumidores com veículos em cores extravagantes.
Além da cor, numeração da placa é um atrativo à parte
– Até o nosso test-drive do Etios (novo carro da Toyota) é azul e vermelho, justamente para despertar a curiosidade e incentivar outros a testarem o veículo na loja – diz.
Foi pensando em ser diferente que a escritora Salma Ferraz comprou um CrossFox laranja, em dezembro do ano passado, o qual ganhou o apelido de abóbora selvagem. Fora os olhares curiosos que desperta, ele chama a atenção também pela numeração da placa. O 6666 foi escolhido (e pago) de propósito, em menção ao personagem que Salma estudou no pós-doutorado: Lúcifer.
– Quem é que vai querer comprar um carro laranja e com placa do capeta? – brinca a escritora.
Como ela mesma diz, é preciso ter personalidade para comprar um veículo colorido, ainda mais em um trãnsito formado principalmente por carros pretos, cinzas e pratas.
– A gente tem que lançar moda.
Consumidor quer o branco
Enquanto alguns motoristas circulam com carros verdes, os brancos sobram pelas ruas das cidades (assim como os sóbrios preto, cinza e prata).
De acordo com o gerente comercial da Auto Capital, Jorge Chidiac Neto, nos últimos três meses, as vendas de carros brancos superaram as de pratas. Na avaliação do gerente, o branco “caiu no gosto do brasileiro” porque é mais barato, esconde melhor a sujeira em relação aos escuros e disfarça os riscos.
– Para os mais caros, hoje, a primeira opção do consumidor é o branco – afirma.
A vendedora Nívea Matias, da concessionária Caoa, da marca Hyundai, concorda com o concorrente. Segundo ela, os clientes pagam até R$ 5 mil a mais para ter um veículo de cor branca, já que ele é importado por unidade. Para comprar o novo HB20 branco, o motorista precisa entrar em uma fila de espera.
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