Seis dias após o tornado que devastou a pequena Ponte Alta, na Serra Catarinense, o governador Raimundo Colombo ainda não conseguiu ir à cidade para conferir os estragos.
A visita estava programada para a tarde deste sábado na companhia do secretário de Estado da Defesa Civil, Geraldo Althoff, mas devido à forte nebulosidade, o piloto do helicóptero oficial encontrou dificuldades na viagem e, mesmo tentando rotas alternativas, não conseguiu chegar.
O pouso em Ponte Alta estava marcado para as 14h, no estádio municipal, ao lado de uma das três madeireiras totalmente destruídas no município. Representantes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar aguardavam Colombo e Althoff, além do prefeito Luiz Paulo Farias (PT), da deputada federal Carmem Zanotto (PPS) e do secretário do Desenvolvimento Regional de Lages, Jurandi Domingos Agustini.
A confirmação de que a visita estava cancelada veio por volta das 14h20min, e uma nova programação precisou ser elaborada. O governador estava na região de Blumenau quando telefonou para o prefeito Luiz Paulo e o convidou para uma reunião na próxima segunda-feira, às 17h30min, em Florianópolis.
Colombo prometeu a liberação de R$ 200 mil para ajudar na reconstrução de prédios públicos bastante danificados, como a secretaria da Educação e a Escola São Francisco, localizada no Bairro Nossa Senhora Aparecida e onde estudam 80% dos 700 alunos da rede municipal de ensino.
No dia seguinte, o prefeito e o governador irão a Brasília pedir ajuda da União. A intenção é conversar pessoalmente com a presidente Dilma Rousseff. Enquanto isso, a deputada Carmem negocia junto aos Ministérios da Integração Nacional e das Relações Institucionais, este comandado pela ex-deputada estadual e ex-senadora por Santa Catarina, Ideli Salvatti, a liberação de recursos de projetos já cadastrados no governo federal, como do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e de emendas dos deputados Décio Lima (PT), Mauro Mariani (PMDB) e da própria Carmem Zanotto.
Segundo o prefeito Luiz Paulo, só as destinações parlamentares somam cerca de R$ 1 milhão, fora o Plano de Habitação, que prevê a construção de 498 casas populares para famílias do município. A deputada Carmem não prevê prazos, mas acredita que, pelo fato de Ponte Alta ter decretado estado de calamidade pública, a liberação dos recursos deve ser rápida.
Com um orçamento anual de R$ 19 milhões, Ponte Alta calcula um prejuízo superior a R$ 30 milhões só na parte urbana, onde foram atingidas 1,9 mil casas e vivem 90% dos cinco mil moradores do município. Só na agricultura os danos chegam a R$ 2,5 milhões, e a prefeitura ainda calcula os estragos na pecuária e no reflorestamento.
As aulas da rede municipal voltariam nesta segunda-feira, mas não será possível por conta dos estragos nas escolas. Já o abastecimento de água potável, a energia elétrica e a comunicação voltaram à normalidade.
deixe seu comentário