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Cacique afirma que aldeia não virá para Bandeirante

Última atualização 7 de dezembro de 2012 - 09:00:19

Em entrevista exclusiva ao Gazeta Catarinense, o cacique Marco Mariano de Morais, chefe da aldeia Guarani, hoje instalada em Chapecó e que deveria ser transferida a Bandeirante, afirmou que a tribo não virá mais para o município. Segundo ele, a tribo já formalizou um documento afirmando que não possue interesse em ocupar a área em linha Riqueza do Oeste, interior de Bandeirante. Segundo o cacique, a tribo aguardará a decisão da ação movida na justiça, a qual reivindica o território do Araçaí, que compreende parte dos territórios de Cunha Porã e Saudades.

Segundo o chefe indígena, a decisão de permanecer no aguardo pelo desfecho está ligada à vitória conquistada meses atrás em mais uma etapa na justiça. Ele revela ainda que o conflito com a aldeia Kaingang, com quem divide o território na Reserva Toldo Chimbangue, em Chapecó, foi extinto, com a entrada de novas lideranças na aldeia vizinha. “Inclusive eles nos apoiam agora”, comenta o líder indígena, acrescentando que a tribo terá tranquilidade para aguardar o desfecho na justiça.

Nesta semana, a Secretaria Estadual da Agricultura informou que a aquisição de propriedade rural está em fase final, faltando o repasse de recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que a aquisição seja concluída. A compra do terreno foi viabilizada mediante acordo entre os governo estadual e federal.

Em Bandeirante, a ideia da instalação da aldeia indígena gerou controvérsias. Para o prefeito eleito, José Berti, além do choque cultural, outros problemas surgiriam com a vinda dos índios. Ele desafia que alguém lhe apresente um município que desenvolveu e conquistou avanços por ter aldeia indígena. Defende que a área pretendida em Bandeirante não possui nenhum estudo arqueológico apontando que algum povo indígena habitou a área. Berti entende que o povo indígena deve ser levado para onde é seu lugar de origem, e não para Bandeirante. O prefeito eleito acrescenta que o interesse é usar a área para a reforma agrária, abrigando agricultores de Bandeirante e região que ainda não possuem terra.

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