Home Ex-moradora de rua encontra a recuperação na produção de trufas

Ex-moradora de rua encontra a recuperação na produção de trufas

Última atualização 19 de outubro de 2012 - 17:10:46

SÃO MIGUEL DO OESTE

JovanaLuccaGregorio, de 33 anos, proprietária da Choco Real, empresa que trabalha com a produção de trufas em São Miguel do Oeste, é uma das cinco pessoas da região Oeste selecionadas para concorrer ao prêmio “Meu sonho meu negócio”, promovido pelo Sebrae em parceria com a emissora de TV Ric Record. Jovana foi uma das 30 pessoas selecionadas em todo o Estado entre 2.550 inscritas na 4ª Edição do Concurso.Os 30 selecionados pela Comissão Julgadora compreendem cinco por área de abrangência dentre as seis transmissoras regionais da RicRecord, as quais abrangem todos os municípios catarinenses.

Na segunda etapa do concurso, a equipe de jornalismo da RicRecord produziu vídeos jornalísticos com os cinco finalistas de cada região. Os vídeos serão veiculados de 5 a 9 de novembro, ao meio dia, e as pessoas poderão votar no preferido. O vencedor do concurso embolsará o prêmio de R$ 8 mil para poder investir no negócio. Conforme o analista técnico da unidade do Sebrae de São Miguel do Oeste, Miguel Garrido, o programa visa dar oportunidade para que pequenos empresários possam realizar o sonho de expandir seu negócio e em muitos casos até sair da informalidade.

Garrido lembra que, além dos R$ 8 mil, os vencedores do prêmio também poderão usufruir de toda a estrutura do Sebrae na área de capacitação, treinamento e consultoria. “Terá toda a estrutura para transformar o sonho em realidade e dar longevidade no investimento e ao negócio”, comenta. A RicRecord também fará a divulgação da empresa por meio de matérias de acompanhamento do negócio.

Para se inscrever, os candidatos precisaram contar um pouco da história de vida e porque mereceriam ganhar o prêmio. A história de Jovana não foi uma das selecionadas por acaso. Após residir e trabalhar em churrascarias e restaurantes em São Paulo por três anos, ela entrou em depressão e se envolveu com drogas. Viciada, perdeu tudo e chegou a morar por quase um ano nas ruas. Conta que foi um período horrível de sua vida, até que no início do ano decidiu buscar reabilitação e voltou a morar em São Miguel do Oeste com sua mãe e a filha Melissa, que havia ficado com a avó.

Em São Miguel do Oeste começou a frequentar grupo de apoio para dependentes químicos. “Voltei a frequentar minha igreja também, me libertei das drogas, da bebida, do cigarro e minha vida começou a mudar”. Sem emprego fixo, Jovana começou a vender trufas para conseguir algum dinheiro. “Comecei a procurar emprego, mas não achava. Aí comecei a vender trufas e percebi que dava para ganhar dinheiro com isso”. A partir de então, Jovana passou a produzir trufas e criou a Choco Real, que até página no Facebook ganhou.

Entre as especialidades produzidas, Jovana conta que a trufa de nozes é a mais pedida, bem como a “casadinho”, uma mistura de chocolate branco e preto com recheio especial. Ela revela que atualmente produz mais de 20 tipos de trufas, geradas a partir de receitas tiradas da internet e outras inventadas por ela mesma. Jovana revela que uma de suas especialidades é o cone trufado, criado por ela e que também faz o maior sucesso. Atualmente, as trufas produzidas artesanalmente por Jovana e filha Melissa de 14 anos são vendidas por oito jovens que passam de casa em casa e estabelecimentos públicos e comerciais. “Muitas vezes chegam a ligar aqui pedindo porque o vendedor não passou por lá”. Conforme Jovana, o rendimento bruto obtido por mês gira em torno de R$ 5 mil.

Jovana diz que quer esquecer os momentos difíceis e apenas focar no futuro. Caso ganhe o prêmio de R$ 8 mil disponibilizados pelo concurso, ela planeja investir em mais mercadorias, além de adquirir uma máquina dosadora para produção de trufas e montar uma loja para venda. Para conseguir o prêmio, Jovana precisará da ajuda, já que a escolha do vencedor será por votação popular, por telefone. “Sofri demais. Tentei de várias formas, em vários empregos. Quero ser grande, quero trabalhar para dar uma vida melhor para mim e para minha filha. Não quero mais voltar para aquela vida. Achei nesse trabalho uma razão para continuar, pois ocupou aquele vazio que tentava preencher com as drogas. Tenho visão do que quero fazer e para isso preciso do voto do povo”.

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