A crise na agroindústria afeta Santa Catarina há cerca de oito meses. A falta de grãos, como soja e milho, fez como que os preços das carnes no varejo subissem quase 30% neste período. De acordo com o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), a expectativa é o preço ainda aumente 20% até dezembro, encerrando o ano com uma alta de 50%.
Segundo o presidente do Sindicarne, Clever Pirola Ávila, o crescimento expressivo não está relacionado ao lucro, mas de transferência de custos. Desde o início da crise de grãos, os preços dos principais insumos tiveram uma disparada, o que encareceu a produção de carnes de aves e suínos em Santa Catarina.
Ávila afirma que devido ao forte encarecimento da soja nos mercados nacional e mundial, em 2013 a previsão é de redução da produção ou crescimento vegetativo, com inevitável aumento do preço das carnes. “As commodities saltaram para um novo patamar de preços e, como existem contratos de aquisição firmados já para a próxima safra, é bastante provável que os preços continuarão altos”, coloca Ávila.
O cenário é resultado, principalmente, de dois eventos climáticos. O primeiro foi a seca que atingiu o oeste catarinense no início do ano e afetou as plantações de milho. Em seguida, a safra americana também quebrou e deixou os grãos ainda mais caros. Santa Catarina tem mais de 17.000 suinocultores e avicultores, em um setor que emprega diretamente 105 mil pessoas e, indiretamente, mais de 220 mil trabalhadores.
deixe seu comentário