Dados do Censo 2010, divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística ( IBGE), apresentam mudanças nas formas de relacionamento dos brasileiros. Em 10 anos, dobrou o número de divorciados, diminuíram os casamentos religiosos e civis e mais famílias optaram por não ter filhos.
Os númerossão resultados finais e consolidados do censo de 2010 com temas novos, como a união entre pessoas do mesmo sexo, saneamento básico e coleta de lixo. Osnúmeros focam cinco temas: perfil das uniões conjugais, fecundidade, migração, famílias e domicílios.
Começando pelos casamentos, o censo revela que o número de uniões consensuais, aquelas sem casamento formal no cartório ou na igreja, subiu 28,6% para 36,4% entre 2000 e 2010.
Em caráter nacional, o destaque ficou para o Amapá, Estado que apresentou o maior percentual de uniões consensuais (63,5%) e Minas Gerais, com o menor índice (25,9%). Na hora de escolher os parceiros, 69,3% dos brasileiros respondem ao IBGE que escolhem pessoas da mesma cor ou raça.
Quanto à idade e preferências, a região Sudeste é onde os homens casam mais tarde, por volta dos 26 anos e onde há o maior percentual de casais do mesmo sexo do país (52,6%).
Na onda das uniões informais, foi registrada a queda no percentual de casamento civil e religioso que passou de 49,4% em 2000 para 42,9% 2010(civil)e no religioso de 4,4% para 3,4%.
O perfil das uniões reflete como estão os solteiros. Elesrepresentam mais da metade da população (55,3%), subindo 0,5 ponto percentual em relação a 2000 (54,8%). O número decasados caiu de 37,0% para 34,8%.
Já o percentual de divorciados quase dobrou, passando de 1,7%, em 2000, para 3,1% em 2010. O grupo de desquitados ou separados caiu de 1,9% para 1,7%. Os Estados campeões em divórcio são: Rio de Janeiro (4,1%), Mato Grosso do Sul (4,1%) e Distrito Federal (4,2%) e o menor percentual de solteiro está no Maranhão com 1,2%.
O retrato do brasileiro
Perfil dos casais do mesmo sexo:em relação ao nível educacional, 25,8% das pessoas envolvidas em uniões com pessoas do mesmo sexo declararam possuir superior completo. Em termos de opção religiosa, houve predominãncia de pessoas católicas (47,4%), seguida por pessoas sem religião (20,4%). O estado civil preponderante foi o de solteiros (82,0%), e 99,6% viviam em união consensual. Mais da metade dessas uniões se encontra na região Sudeste (52,6%)
Os casais e os filhos:20,2% das famílias eram formadas por casais sem filhos em 2010 entre os motivos estão: mudanças na estrutura da família, maior participação da mulher no mercado de trabalho, baixas taxas de fecundidade e envelhecimento da população.
O percentual de famílias compostas por casais com filhos é superior na área rural, em função das taxas de fecundidade historicamente mais elevadas, e também, devido a valores culturais mais tradicionais.
As mulheres e a gestação:O IBGE revela que a taxa de fecundidade das mulheres tem direta relação com o nível de renda e escolaridade. As mulheres com ensino fundamental incompleto chegam a ter uma taxa de 3 filhos por mulher, já as com ensino superior completo tem taxa 1,14 filho cada. Aquelas que tem renda familiar per capita de até um salário mínimo chegam a 3,9 filhos por mulher, mais que o dobro das que apresentam renda per capita com mais de um salário mínimo (1,30 e 0,97 filhos por mulher).
A moradia:em 2010, 52,5% dos domicílios brasileiros eram adequados, ou seja, tinham abastecimento de água por rede geral, saneamento básico e coleta de lixo. Em 2000, o percentual era de 43,9%. O número de pessoas que escolheram morar sozinhas também aumentou de 9,2% (2000) para 12,1% (2010). O percentual de mulheres chefes de família também cresceu passou de 22,2% contra 37,3% em 2010.
Migração:35,4% da população brasileira não reside no município onde nasceu. Minas Gerais e Bahia são os estados com maior número de população natural morando fora do Estado sendo 13,6% deles de MG e 11,7 da BA. O principal destino dos baianos e mineiros em 2010 foi São Paulo.
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