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O Melindre

Última atualização 16 de outubro de 2012 - 16:14:10

Em nosso entendimento, um dos maiores entraves para o nosso desenvolvimento é o melindre.

O melindre é o verdadeiro vírus da discórdia. Ele ataca sorrateiramente a todos aqueles que, invigilantes, dão valor maior do que o devido a si mesmo. O amor próprio tem um limite.

Ter amor próprio na dose certa é importante. Precisamos nos amar, cuidar de nossa boa aparência e gostar de nós mesmos.

Esse amor não pode superar o limite do razoável. Quando passamos a nos julgar superiores a nossos irmãos, avançamos para a vaidade, para o orgulho, para a falsa superioridade. Ao atingir esse estágio perigoso, todas as idéias, observações ou palavras de nossos semelhantes que são contrárias ao nosso ponto de vista nos machucam muito.

Surge então o melindre. Não admitimos ser contrariados. Não aceitamos opiniões diferentes. Nos enchemos de mágoa, de não me toques. E o pior é que isso nos entristece, nos tira do equilíbrio, trazem conseqüências físicas e afetam profundamente nosso relacionamento com pessoas queridas.

A mágoa destrói nossas resistências orgãnicas. Ela obstroi os nossos canais responsáveis pela circulação sanguínea e pelo equilíbrio de nosso corpo físico.

O melindre é causa de muitas discussões que poderiam ter sido evitadas. Bastaria uma atitude de tolerãncia, de compreensão. Todos nós, espíritos ainda imperfeitos vivendo na Terra, estamos sujeitos a ter atitudes e a falar palavras ofensivas a nossos irmãos, e que a tolerãncia mútua e o perdão podem transformar em coisas banais e sem importãncia os episódios que julgamos terríveis ofensas que nos fazem.

Uma pequena discussão entre marido e mulher pode trazer muita discórdia e até separações por causa do melindre. Tolerãncia é ainda o melhor remédio para a manutenção da paz nos lares.

O mesmo acontece entre pais e filhos, entre irmãos e entre amigos, muitas vezes provocando o afastamento de pessoas que se amam, apenas por terem se deixado levar pelo melindre. Muitas entidades religiosas respeitáveis e até instituições espíritas podem ser atingidas por esse terrível vírus.

Temos que combater esse mal. O caminho para isso é seguir os ensinamentos e o exemplo de Jesus.

Vamos contar até dez, respirar fundo, combater o ato de nos julgar superiores, ouvir o que o outro nos fala, ponderar com calma sem alterar a voz, analisar todos os ãngulos do que diz nosso oponente, são algumas coisas que podemos fazer para sufocar nosso amor próprio ferido. Lembremos de que não somos o centro do universo, e que todos podem ter opiniões diferentes sobre qualquer assunto.

Nosso grande erro é querer impor a nossa verdade ao nosso semelhante. E gritamos. E nos descontrolamos.

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