Pesquisa que apura os impactos econômicos da crise de Covid-19 em Santa Catarina apontou que 18,9% dos empresários contrataram crédito durante a pandemia com o objetivo de realizar investimentos. Entre as ações, estão aumento da capacidade de vendas, adaptações para o período de pandemia, e ingresso no ambiente virtual de negócios.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, os índices mostram que o setor econômico está reagindo. “Havia uma expectativa de que o impacto da pandemia seria mais curto, mas com um prejuízo maior. As notícias são melhores, mostram uma recuperação”, afirmou.
“O fato de um em cada cinco empresários buscarem recursos para novos projetos mostra a disposição de investir e isso é um dos aspectos mais importantes para que a retomada do crescimento seja sustentável”, acrescentou.
O estudo mostrou que 87,5% das empresas já voltaram às atividades com adaptações e protocolos sanitários. Entre os negócios que estão de portas fechadas, a maioria é do setor de serviços, como hotéis e restaurantes.
Os dados mostram ainda que as demissões perderam força no último mês. O percentual de empresas que precisaram reduzir o quadro de funcionários caiu de 47% para 36%. Além disso, as empresas que aumentaram a equipe passaram de 1,6% para 10,1%. Aquelas que mantiveram o mesmo número de colaboradores eram 51% na última pesquisa, agora são 53,1%.
Prejuízos
Por outro lado, cresceu o prejuízo econômico em todos os setores. A estimativa de perda de faturamento totaliza R$ 36,7 bilhões, o que representa 8,4% do PIB estadual. Essa redução é de R$ 15,3 bilhões no comércio, R$ 12,8 bilhões nos serviços e R$ 8,6 bilhões na indústria. A análise anterior apresentava que até o final de abril a perda de faturamento em todos os setores tinha sido de R$ 19,6 bilhões.
Já em relação ao crédito, 28,5% das empresas buscaram – ou ainda buscam – por financiamentos e não conseguiram contratar. O número de negócios que conseguiram crédito subiu levemente: de 50,9% para 54,9%.
Segundo a pesquisa, 1,5% dos negócios fecharam definitivamente. Pouco mais de um terço entre aqueles que fecharam as portas (36%) disseram que não precisariam encerrar as atividades se tivessem conseguido acesso a crédito.
Medidas federais
De um modo geral, 43% das empresas afirmaram que utilizaram as regras previstas pela Medida Provisória 936, como a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução de salário e jornada, proporcionalmente.
Outro ponto que auxilia nas vendas é a manutenção do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 pelo governo federal.
“As medidas implementadas durante a pandemia foram implementas justamente para que não houvesse a necessidade de haver demissões. Acho que a retomada da economia será decisiva para que não se necessite mais desses R$ 600”, disse Aguiar.
“A gente entende que nesse momento de crise é uma medida muito importante pelo fato de a gente estar com uma redução da massa salarial dos empregados. É importante a manutenção desses valores para manter a economia aquecida”, disse o superintendente da Fecomércio/SC, Renato Barcellos.
A pesquisa
A pesquisa, realizada em parceria pela Fiesc, Fecomércio/SC e Sebrae/SC, é baseada em 1.660 entrevistas com empresários e micro, pequenas, médias e grandes empresas. A margem de erro é de 2,9%.
Em julho, chegou à quarta edição. Em abril, no auge da crise, o estudo chegou a apontar um potencial de 530 mil demissões.
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